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Gol tem perda de R$ 225 mi com variação do dólar
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Gol informou que perdeu
R$ 225 milhões referentes à variação do dólar e seu efeito contábil sobre as dívidas da companhia no longo prazo. Segundo a
Gol, as perdas não terão efeito
imediato no caixa.
A empresa afirma que obteve
ganhos com operações de hedge (proteção) contra a oscilação
do dólar nas dívidas de curto e
médio prazo, mas registrou
perdas em operações de proteção contra a variação do petróleo. O saldo dessas operações
resultou em perdas de R$ 48
milhões, que serão contabilizadas no resultado financeiro.
A Gol tinha operações para
minimizar os efeitos da oscilação do preço do petróleo em
55% do consumo de combustível, com preços médios de US$
132. Os dados foram divulgados
junto com a revisão de expectativas da companhia, que divulgará os resultados do terceiro
trimestre na próxima semana.
De acordo com Kelly Trentim, analista da SLW, as perdas
não têm relação com as que foram divulgadas por empresas
como Sadia e Aracruz, porque
não se referem a posições especulativas, e sim a operações de
proteção contra a variação do
dólar e do petróleo, variáveis
determinantes para o desempenho de companhias aéreas.
Segundo especialistas, os dados já sinalizam que a companhia deverá ter novo prejuízo
no período. A Gol apresenta resultado negativo desde o quarto trimestre do ano passado. Na
última divulgação de resultados, o presidente da empresa,
Constantino de Oliveira Júnior, havia afirmado que a companhia voltaria a ter resultado
positivo neste trimestre.
Analistas ressaltam, no entanto, que em termos operacionais a empresa deve atingir o
equilíbrio entre receitas e despesas neste trimestre. As ações
da companhia fecharam cotadas a R$ 10,38 (alta de 5,6%).
Segundo analistas, um dos fatores que influenciaram o papel
foi a queda de 4,52% do petróleo, cotado a US$ 70,89.
Para Caio Dias, analista do
Santander, um dos pontos favoráveis mencionados pela
companhia foi o aumento do
yield (média que o passageiro
paga por quilômetro voado) para R$ 0,26, o equivalente a uma
alta de 36,84% em relação ao
segundo trimestre. "Eles compensaram com aumento do
preço da passagem", disse.
A tarifa média do terceiro trimestre foi de R$ 275. Além disso, com o fim dos vôos intercontinentais, reduziram a etapa média de vôo para 905 km
versus 974 km no mesmo período do ano passado.
A taxa de ocupação das aeronaves foi de 60% no terceiro
trimestre. Segundo Paulo Bittencourt Sampaio, consultor
em aviação, a companhia também deverá apresentar novos
gastos referentes à devolução
de aeronaves. Foram removidos da frota dez Boeings 737-300 e oito Boeings 767. "Seis
aviões 767 ainda não foram devolvidos", disse. Eles eram usados em vôos da Varig.
Segundo analistas da Planner, efeitos positivos da junção
de Gol e Varig só deverão aparecer no balanço do primeiro
trimestre do próximo ano.
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