São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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Grupo silencia sobre principais problemas

DA ENVIADA A BERLIM

Uma medida da dificuldade de solucionar sérios problemas e impasses que pairam sobre a economia global foi dada muito mais pelos silêncios do G20 do que pelo conteúdo do comunicado oficial do grupo divulgado ontem.
Nenhuma palavra foi escrita sobre a desvalorização do dólar e a volatilidade das moedas. Nos corredores e nas entrelinhas das declarações, no entanto, a importância desse tema se destacava.
Também não houve menção sobre o difícil processo de renegociação da dívida argentina, nem se apresentou uma justificativa formal sobre a ausência de representantes do governo do país no encontro. Mas, também nesse caso, declarações sutis e conversas nos bastidores deram o tom.
Bombardeado por perguntas de jornalistas sobre a questão do dólar, durante a coletiva de encerramento do evento, o ministro das Finanças alemão, Hans Eichel, disse que, embora os recentes movimentos cambiais não tivessem constado da agenda oficial das discussões, ele não mentiria: o assunto foi debatido.
De concreto, o comunicado repetiu os mesmos "compromissos" mencionados em reuniões multilaterais passadas. Os Estados Unidos prometeram que reduzirão seus déficits fiscal e em conta corrente e estimularão o aumento da poupança doméstica. Representantes do governo chinês e de outros países asiáticos disseram que estudarão flexibilizar seu regime cambial "assim que possível". E os países europeus afirmaram que se empenharão na aprovação de reformas estruturais para melhorar as condições de crescimento da região. Mas nenhum prazo ou medida foram estabelecidos ou anunciados. (EF)


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