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Grupo silencia sobre principais problemas
DA ENVIADA A BERLIM
Uma medida da dificuldade de
solucionar sérios problemas e impasses que pairam sobre a economia global foi dada muito mais
pelos silêncios do G20 do que pelo
conteúdo do comunicado oficial
do grupo divulgado ontem.
Nenhuma palavra foi escrita sobre a desvalorização do dólar e a
volatilidade das moedas. Nos corredores e nas entrelinhas das declarações, no entanto, a importância desse tema se destacava.
Também não houve menção sobre o difícil processo de renegociação da dívida argentina, nem
se apresentou uma justificativa
formal sobre a ausência de representantes do governo do país no
encontro. Mas, também nesse caso, declarações sutis e conversas
nos bastidores deram o tom.
Bombardeado por perguntas de
jornalistas sobre a questão do dólar, durante a coletiva de encerramento do evento, o ministro das
Finanças alemão, Hans Eichel,
disse que, embora os recentes
movimentos cambiais não tivessem constado da agenda oficial
das discussões, ele não mentiria: o
assunto foi debatido.
De concreto, o comunicado repetiu os mesmos "compromissos" mencionados em reuniões
multilaterais passadas. Os Estados Unidos prometeram que reduzirão seus déficits fiscal e em
conta corrente e estimularão o aumento da poupança doméstica.
Representantes do governo chinês e de outros países asiáticos
disseram que estudarão flexibilizar seu regime cambial "assim
que possível". E os países europeus afirmaram que se empenharão na aprovação de reformas estruturais para melhorar as condições de crescimento da região.
Mas nenhum prazo ou medida
foram estabelecidos ou anunciados.
(EF)
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