DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), órgão do Ministério da Justiça, vai pedir às autoridades americanas a repatriação do quadro "Hannibal", do artista norte-americano Jean-Michel Basquiat. A obra fazia parte da coleção do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, do banco Santos, e estava desaparecida.
Havia na rede da Interpol, a polícia internacional, um sinal (chamado de difusão vermelha), distribuído em todo o mundo, que informava sobre a necessidade de localizar e apreender a obra -avaliada em US$ 825 mil.
Em 8 de outubro surgiu o primeiro registro do paradeiro da obra, quando um comerciante de arte do Estado de Connecticut consultou a situação do quadro no site da Interpol.
O acesso foi comunicado ao FBI, a Polícia Federal dos EUA, que informou às autoridades brasileiras. No dia 14 deste mês os policiais americanos apreenderam a obra.
"Fizemos os primeiros contatos com as autoridades dos EUA há mais ou menos seis meses. Agora é só uma questão burocrática para pedirmos formalmente a restituição do quadro", disse Romeu Tuma Júnior, secretário Nacional de Justiça.
Edemar, ex-controlador do banco Santos, foi condenado a 21 anos de prisão, sob a acusação de gerir a instituição de forma fraudulenta.
A reportagem da Folha tentou falar com Arnaldo Malheiros Filho, advogado de Edemar. Deixou três recados no escritório, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Na semana passada, a PF encaminhou ao DRCI toda a documentação da investigação policial referente ao quadro, até então desaparecido.
Os técnicos vão formatar os documentos para encaminhá-los aos EUA, nos termos do acordo de cooperação, por meio do qual espera-se conseguir recuperar a obra.


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