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Brasil quer
uma OMC do biocombustível
DA REPORTAGEM LOCAL
A diplomacia brasileira
vai mobilizar as 92 delegações que participaram da
1ª Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, que terminou ontem
em São Paulo, para a montagem de uma OMC dos
biocombustíveis.
Além da defesa do álcool
de cana-de-açúcar, o relatório final do encontro indica que a atual "falta de
um diálogo informado"
sobre os biocombustíveis
no mundo ocorre pela ausência de um organismo
multilateral com mandato, capaz de organizar as
discussões e transformar
os combustíveis renováveis em commodity.
O Brasil tenta mostrar
que tem plataforma tecnológica que responde aos
atuais desafios mundiais,
como a crise do clima, dos
alimentos e da oferta de
energia. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que encerrou a conferência, o modelo brasileiro é viável independentemente do preço do petróleo, que após forte alta
começa a cair.
A conferência terminou
em parte esvaziada por
uma conturbada agenda
internacional de crises. O
ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim,
disse que o momento foi
ótimo. "[Essas discussões]
fazem as pessoas não ficarem pensando só nos derivativos e pensarem na economia real", disse.
A ausência de uma representação do presidente
eleito dos EUA, Barack
Obama, foi sentida. Há
grande expectativa sobre o
novo governo americano
em relação a questões como segurança energética e
mudanças climáticas.
Ed Schafer, secretário
de Agricultura dos Estados Unidos, representou o
governo Bush e assinou
expansão do acordo de
cooperação com o Brasil.
Para o embaixador André Amaro, subsecretário-geral de energia e alta tecnologia do Itamaraty, a
formação de uma organização multilateral única e
dedicada os biocombustíveis deve ficar com a ONU.
(AGNALDO BRITO)
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