São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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TRABALHO

Estudo da central mostra que ganho foi de 1% a 2% acima da inflação

87,5% dos acordos salariais da CUT têm aumento real no ano

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhadores conseguiram aumento real em 87,5% das convenções coletivas negociadas neste ano, segundo levantamento divulgado ontem pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) em parceria com a Unicamp. O resultado é o melhor desde 2001, quando a central iniciou o estudo sobre as negociações salariais com sindicatos cutistas.
Em 9,4% dos acordos, os trabalhadores conseguiram zerar as perdas acumuladas pela inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos 12 meses anteriores a cada data-base. O INPC é o índice mais usado nas negociações e serve para corrigir o salário mínimo e benefícios previdenciários. Os reajustes menores do que a inflação corresponderam a 3,1% dos feitos pelas 40 categorias profissionais analisadas no levantamento.
Em 2004, os reajustes acima da inflação (com aumento) corresponderam a 64,6% dos negociados por entidades ligadas à CUT.
A maior parte dos ganhos reais conquistados em 2005 ficou na faixa entre 1% e 2% acima do INPC. Entre as 78 negociações realizadas por 91 sindicatos, 43,8% tiveram aumento real nessa faixa. Juntas, essas entidades representam 1,57 milhão de trabalhadores de São Paulo.
"Os resultados nos surpreenderam. Mostram que não houve impacto da crise política nas negociações salariais, que era algo que temíamos", disse Edilson de Paula, presidente da CUT-SP.
A central atribui a recuperação dos salários à elevação do salário mínimo e ao bom desempenho da economia. "O aumento real de 8,23% do salário mínimo influenciou de forma positiva as negociações salariais. Se há ganho real no salário mínimo, os trabalhadores pressionam para que haja aumento real também em seus salários", afirmou o sindicalista.
Os trabalhadores com data-base no segundo semestre que obtiveram aumento real foram: os dos ramos de vestuário, couro (calçados e artefatos), setor, farmacêuticos, metalúrgicos, químicos, bancários, operários da construção civil, comerciários, entre outros.


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