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TRABALHO
Estudo da central mostra que ganho foi de 1% a 2% acima da inflação
87,5% dos acordos salariais da CUT têm aumento real no ano
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trabalhadores conseguiram
aumento real em 87,5% das convenções coletivas negociadas neste ano, segundo levantamento divulgado ontem pela CUT (Central
Única dos Trabalhadores) em
parceria com a Unicamp. O resultado é o melhor desde 2001, quando a central iniciou o estudo sobre
as negociações salariais com sindicatos cutistas.
Em 9,4% dos acordos, os trabalhadores conseguiram zerar as
perdas acumuladas pela inflação
medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
nos 12 meses anteriores a cada data-base. O INPC é o índice mais
usado nas negociações e serve para corrigir o salário mínimo e benefícios previdenciários. Os reajustes menores do que a inflação
corresponderam a 3,1% dos feitos
pelas 40 categorias profissionais
analisadas no levantamento.
Em 2004, os reajustes acima da
inflação (com aumento) corresponderam a 64,6% dos negociados por entidades ligadas à CUT.
A maior parte dos ganhos reais
conquistados em 2005 ficou na
faixa entre 1% e 2% acima do
INPC. Entre as 78 negociações
realizadas por 91 sindicatos,
43,8% tiveram aumento real nessa faixa. Juntas, essas entidades
representam 1,57 milhão de trabalhadores de São Paulo.
"Os resultados nos surpreenderam. Mostram que não houve impacto da crise política nas negociações salariais, que era algo que
temíamos", disse Edilson de Paula, presidente da CUT-SP.
A central atribui a recuperação
dos salários à elevação do salário
mínimo e ao bom desempenho
da economia. "O aumento real de
8,23% do salário mínimo influenciou de forma positiva as negociações salariais. Se há ganho real no
salário mínimo, os trabalhadores
pressionam para que haja aumento real também em seus salários",
afirmou o sindicalista.
Os trabalhadores com data-base
no segundo semestre que obtiveram aumento real foram: os dos
ramos de vestuário, couro (calçados e artefatos), setor, farmacêuticos, metalúrgicos, químicos, bancários, operários da construção
civil, comerciários, entre outros.
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