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COMÉRCIO
Indicadores apresentam disparidades, mas dados da Serasa, incluindo serviços e indústria, mostram elevação
A três dias do Natal, venda cresce no país
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados foram publicados ontem
a respeito do desempenho de vendas natalinas e há análises díspares para os resultados. Números
nacionais, porém, indicam um
crescimento das vendas.
A razão da disparidade está no
foco, na metodologia e na área coberta pelas pesquisas. A Serasa,
empresa de análise de crédito, divulgou números que mostram
uma elevação de 5,3% no volume
de consultas de varejistas à entidade para liberar operações de
venda dos dias 12 a 18.
Na Fecomercio SP, outro levantamento informa queda de 1% no
faturamento real das lojas na capital paulista entre os dias 16 e 18
deste mês. A única pesquisa nacional que apura receita com vendas e volume físico comercializado no varejo é a realizada pelo IBGE mensalmente.
No caso da Serasa, a alta anunciada ontem refere-se ao volume
de consultas que a entidade recebe de seus clientes varejistas. São
300 mil no país, incluindo serviço,
indústria e comércio.
Aqueles da área de varejo acionam a instituição para verificar se
uma compra a ser fechada na loja,
naquele momento, é de um cliente adimplente ou não. Não é considerado nesse indicador, por
exemplo, possível queda ou alta
no montante de operações à vista
(em dinheiro ou cartão de débito), que não necessitam de consulta do varejo.
A Serasa ainda informa que a
sua análise é de território nacional. Quanto ao dado regionalizado, a empresa verificou alta de
2,4% no volume de consultas de
lojas ao sistema da empresa na cidade de São Paulo -taxa menor
que a apurada no país (5,3%).
Já no caso da Fecomercio, a análise é localizada na capital paulista. Não se trata de uma verificação
de consultas, mas de respostas de
comerciantes a um questionário.
Fizeram parte da amostra 150 empresários, que apontaram para a
queda de 1% no resultado de vendas de 16 a 18 de dezembro.
Pelo levantamento, as lojas de
bens duráveis (eletrônicos, celulares) registraram queda de 1,5% e
semiduráveis (calçados e roupas),
retração de 0,8%.
Para a Fecomercio, a queda no
faturamento é fruto da expansão
muito lenta da renda real do brasileiro neste ano -cerca de 2% de
janeiro a novembro- e pela limitação na capacidade de endividamento da população.
A Serasa, por sua vez, justifica o
resultado positivo de sua pesquisa
baseando-se em fatores como o
recebimento do 13º salário e a melhoria do emprego formal no ano.
Dados sobre o desempenho de
vendas do varejo no país podem
parecer, com freqüência, conflitantes. "É preciso ficar atento à
metodologia e área analisada", diz
Marcos Augusto de Abreu, coordenador da Serasa. "É necessário
lembrar também que cada um
usa termômetros diferentes, que
pode ser o volume de vendas ou
receita", diz Antonio Carlos Borges, diretor da Fecomercio.
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