São Paulo, quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

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PRIVATIZAÇÃO

Ágio em relação ao preço inicial foi de 29%; aquisição consolida liderança da instituição no setor privado

Bradesco compra banco do CE por R$ 700 mi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ON LINE


O BEC (Banco do Estado do Ceará) foi vendido ontem ao Bradesco por R$ 700 milhões. Foi a segunda privatização do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -a primeira havia sido a de outro banco estadual, o do Maranhão, no ano passado.
Assim como as privatizações de outros bancos estaduais, a venda do BEC estava prevista desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), como parte do acordo de renegociação das dívidas do Ceará.
O preço mínimo do BEC estava fixado em R$ 542,721 milhões -o ágio foi, portanto, de 28,98%. Além do Bradesco, se inscreveram no leilão Itaú, Unibanco e GE Capital. Porém, apenas Bradesco e GE Capital chegaram a apresentar lances.
Com a aquisição do banco cearense, o Bradesco consolida sua liderança entre os instituições financeiras privadas do país, à do Itaú e do Unibanco.
Apesar de ter uma participação relativamente pequena no sistema financeiro nacional, o BEC responde por 19,49% das agências bancárias instaladas no Ceará. A instituição possui ainda cerca de 278 mil contas.

Saneamento
Ao longo do processo de saneamento do BEC, iniciado em 1998, o governo federal injetou R$ 985 milhões no banco. Após a venda de ontem, restam outros dois bancos estaduais -de Santa Catarina e do Piauí- para serem privatizados. Nesses casos, o processo de venda está parado por causa de decisões judiciais.
A privatização do BEC também foi alvo de uma longa disputa na Justiça, em que se questionava aspectos como a possibilidade de o banco vencedor do leilão continuar gerenciando a conta única ou a folha de pagamentos do governo do Ceará.
Decisão da vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ellen Gracie Northfleet, encerrou ontem um vaivém de liminares sobre a privatização do BEC e permitiu que o leilão ocorresse.
A privatização havia sido liberada pelo presidente do STF, Nelson Jobim, em 13 de outubro, e confirmada pelo plenário do tribunal. Mas na última segunda-feira o leilão foi suspenso por liminar do ministro Marco Aurélio de Mello, relator de ação iniciada pelo sindicato dos bancários do Ceará.
Ellen Gracie apreciou ontem um recurso da Advocacia Geral da União. A ministra, que está trabalhando no plantão de recesso do tribunal, cassou a decisão de Marco Aurélio e restabeleceu a liminar de Jobim.


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