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Reajuste injeta mais R$ 16,8 bi na economia
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um aumento de R$ 30 no
salário mínimo significaria
R$ 16,8 bilhões a mais ao ano
na economia brasileira, de
acordo com cálculo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Sócio-Econômicos).
Com exceção de regiões
como Norte e Nordeste, onde o mínimo tem participação maior na renda, a avaliação de economistas é que esse montante a mais, que é
equivalente a 0,73% do PIB
(Produto Interno Bruto), beneficiará a atividade econômica, mas no curto prazo, e
não em grande escala.
Maior salário dinheiro
quer dizer mais consumo, o
que é positivo para a economia, mas analistas afirmam
que, no médio prazo, o efeito
positivo tende a desaparecer.
Isso porque, se gasta mais
com o aumento do mínimo, o
governo tem de equilibrar
suas contas investindo menos, ou tendo menos espaço
para cortes de impostos. "O
efeito é ruim. Para um país
endividado como o Brasil,
um reajuste real do mínimo
significa menor crescimento
e, portanto, menos empregos
gerados no futuro", analisa
Roberto Padovani, da consultoria Tendências.
Por outro lado, quem defende o aumento argumenta
que a arrecadação vai crescer. "A estimativa é que a arrecadação tributária sobre o
consumo seja R$ 4,1 bilhões
maior com o aumento do mínimo", diz Fausto Augusto
Jr., técnico do Dieese.
Para Marcio Pochman,
economista da Unicamp, o
aumento não traz grandes
impactos na atividade econômica, mas pode evitar um
crescimento ainda menor do
que o observado neste ano,
por exemplo. Ele lembra que
o impacto do aumento do
mínimo será menos significativo do que em 2006: se em
2007 representará 0,73% do
PIB, neste ano representou
cerca de 1,15%.
"Cerca de 17% da alta na
renda esperada para o ano
que vem vai decorrer do aumento do mínimo. Não é um
volume expressivo, mas não
é desprezível", afirma Fabio
Silveira, sócio-diretor da RC
Consultores. "É importante
ressaltar que esse aumento
não pode ser um passaporte
para o consumidor aumentar o seu endividamento",
completa o economista.
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