RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

O governo argentino anunciou ontem um plano de uso racional de energia que visa evitar que falte luz no verão. A principal medida é o adiantamento, já a partir do dia 30, em uma hora do fuso horário do país -a medida ainda depende de aprovação do Congresso.
Outras medidas, anunciadas pelo ministro do Planejamento, Julio De Vido, incluem a substituição, pelas companhias de fornecimento de eletricidade, de 25 milhões de lâmpadas de usuários domésticos no país por semelhantes de baixo consumo e incentivos financeiros para que os consumidores comprem eletrodomésticos que usam pouca energia.
"Essas medidas não estão relacionadas com nenhuma restrição. Se usa e se usará toda a energia necessária, mas não haverá desperdícios", disse De Vido.
No inverno deste ano, a Argentina enfrentou o ápice de sua crise energética. Durante mais de dois meses, as indústrias do país foram obrigadas a restringir seu consumo de eletricidade, e o país chegou a cortar o fornecimento de gás natural ao Chile mais de uma vez; tudo para não atingir o usuário residencial em ano eleitoral.
Agora, os usuários também foram poupados; entre as medidas para promover o uso racional de energia, não está o aumento das tarifas pelo consumo elétrico.
O ministro previu que as medidas permitirão economizar 2.620 MW, o que equivale a 14% da demanda máxima já registrada no sistema argentino, e insistiu no discurso oficial de que a Argentina não passa por uma crise energética.
Se aprovado pelo Congresso, o horário de verão vigorará do dia 30 a 16 de março.


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