São Paulo, sábado, 22 de dezembro de 2007

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Cingapura pode investir US$ 5 bi no Merrill Lynch

Banco tenta reduzir perdas do mercado de hipoteca

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O banco de investimentos Merrill Lynch pode receber US$ 5 bilhões do fundo de investimento do governo de Cingapura, Temasek Holdings.
O Temasek está em conversas avançadas com o banco, e o conselho do fundo deu aprovação preliminar para o investimento, segundo disse ao "Wall Street Journal" uma pessoa próxima da negociação.
Preço e questões regulatórias estariam sendo negociados. E há possibilidade de o banco estar em tratativas com outros fundos soberanos.
A injeção de recursos do Temasek no Merrill seria a mais recente de uma série de operações desse tipo anunciadas em meio à crise global de crédito. Nesta semana, o Morgan Stanley disse que recebeu US$ 5 bilhões do fundo do governo chinês, que ficou com 9,9% de suas ações. Ainda em dezembro, o UBS recebeu US$ 11,5 bilhões de outro fundo do governo de Cingapura e de um investidor do Oriente Médio.
O Citigroup também afirmou ter recebido, em novembro, uma injeção de capital de US$ 7,5 bilhões de um fundo de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), em troca de 4,9% de participação. O Bear Stearns, outro banco de investimento americano, fez em outubro um acordo de US$ 1 bilhão com a Citic Securities, do governo chinês.
O Merrill Lynch enfrenta desvalorização de ativos relacionados ao crédito "subprime", de hipotecas de alto risco dos EUA, que poderiam saltar para US$ 15,9 bilhões com o resultado do quarto trimestre, segundo analistas. A empresa perdeu US$ 8,4 bilhões em ativos no terceiro trimestre, motivando a saída do presidente-executivo do banco Stan O'Neal, que deixou o posto para John Thain.
Essa nova perda também poderia colocar o banco no topo das perdas do "subprime" entre os concorrentes UBS, Citigroup e Morgan Stanley.
O Temasek tem patrimônio de US$ 108 bilhões, segundo dados de março. Criado em 1974 para investir em Cingapura, é um dos mais prósperos fundos com recursos de exportação e venda de petróleo e que está se tornando potência no mercado global de capitais.

França
O banco francês Crédit Agricole disse que reduziria seu lucro líquido de 2007 em 1,6 bilhão e que as contas de sua filial Calyon estariam no vermelho. E o banco Natixis foi ao mercado em busca de US$ 1,5 bilhão para salvar uma de suas filiais norte-americanas por causa da crise do "subprime".


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