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Pacote de janeiro eleva em R$ 6 bi os investimentos
Gasto adicional será concentrado nas obras do PAC; setor de transporte está entre os que receberão mais recursos
Governo terá de cortar entre
R$ 7 bi e R$ 8 bi do Orçamento para viabilizar programa; equipe de Lula quer tirar da gaveta projetos na área fiscal
VALDO CRUZ
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pacote que o governo prepara para janeiro aumentará
em R$ 6 bilhões o investimento
da União no ano que vem. Esse
valor é equivalente a 0,2% do
PIB (Produto Interno Bruto) e
elevará os gastos para cerca de
R$ 33 bilhões. Para viabilizar a
decisão, será necessário cortar
entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões de outras despesas do Orçamento aprovado pelo Congresso na semana passada.
O aumento no investimento
é uma das principais medidas
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva anunciará no início de 2009. O objetivo é evitar
uma desaceleração muito acentuada da economia no primeiro
trimestre, período considerado
como o mais crítico para a estratégia da política econômica.
O gasto extra será concentrado na ampliação das obras do
PAC, o programa de obras consideradas prioritárias pelo governo. Entre os setores que receberão mais recursos, está o
de transporte urbano, principalmente em cidades que sediarão a Copa de 2014.
O governo também prepara
um pacote habitacional com foco na baixa renda. A avaliação é
que há dinheiro e demanda suficientes para despertar o interesse do setor privado.
O sistema atual de repasse de
recursos é considerado lento e
incapaz para financiar a construção das 300 mil casas que o
governo promete em dois anos.
Os técnicos estudam medidas
para tornar o sistema mais ágil.
A equipe de Lula também
conta com fatores alheios à política fiscal para estimular a
economia. Espera-se que Copom (Comitê de Política Monetária) reduza a taxa de juros em
0,5 ponto percentual ou até
mesmo em 0,75 ponto em janeiro. Se a expectativa se confirmar, os juros básicos cairão
para 13%. A queda é considerada fundamental pelo governo
para uma retomada da economia no segundo trimestre.
A divulgação das novas regras de exploração do petróleo
da camada do pré-sal é citada
como um dos fatos que podem
gerar melhora nas expectativas, já que sinalizará o rumo
dos investimentos no setor.
O Palácio do Planalto decidiu
também garantir os recursos
necessários para manter o plano de investimento da Petrobras, admitindo apenas alongamento de prazos. A nova refinaria no Maranhão está garantida para o segundo semestre.
No cenário externo, a posse
do novo presidente dos EUA,
Barack Obama, vem sendo interpretada como um poderoso
sinal para melhorar o humor
dos investidores estrangeiros e
reduzir as incertezas.
Na avaliação feita a Lula, o
início de 2009 é o mais delicado
e complicado período do próximo ano, quando o país corre o
risco de registrar o segundo trimestre consecutivo de queda
no PIB. Daí a preocupação de
criar logo um clima positivo.
Internamente, a equipe econômica já discute a necessidade de tirar da gaveta medidas
na área fiscal. São elas: aprovar
o projeto que está engavetado
no Congresso que limita os reajustes da folha de pagamento
do funcionalismo; regulamentar o fundo de previdência
complementar do setor público
e, se possível, negociar uma desoneração da folha de pagamento atrelada a mudanças na
Previdência Social -com a implantação do limite de idade
para aposentadoria.
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