São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

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Inflação perde ritmo em São Paulo, e Fipe revê taxa

Preços sobem menos, e índice deve ficar em 0,20%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Após a aceleração normal de início de ano, a inflação mantém recuo contínuo neste mês. A taxa deve atingir apenas 0,20%, após ter registrado 1,04% em dezembro e 0,66% no mês passado.
"A inflação está concentrada em poucos itens. Apenas três deles são responsáveis por 95,6% do índice", afirma Márcio Nakane, o novo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
As pressões inflacionárias estão, no momento, em álcool combustível, produtos "in natura" e educação. Mas as estimativas são de perda de pressão desses itens nas próximas semanas. Nos últimos 30 dias, a inflação média foi de 0,41%.
Na avaliação do economista da Fipe, o álcool ainda mostra alta de preços na variação média de quatro semanas: mais 5,3%. Os preços isolados da última semana, porém, em relação ao mesmo período de janeiro, já indicam queda de 0,40%.
A redução dos preços do álcool, registrada pelo índice da Fipe, reflete a redução seguida de cinco semanas do valor de negociação do combustível nas usinas paulistas. Na semana passada, no entanto, houve reversão, e os preços do combustível voltaram a subir.
Outro item de pressão do índice, o de produtos "in natura", também caminha para estabilidade nas próximas semanas. Após ter subido até 12% por semana, os "in natura" tiveram alta de apenas 3,4% na última pesquisa da Fipe.
O setor de educação, que sempre pesa no bolso dos paulistanos na virada de ano, teve alta de 2% na segunda quadrissemana deste mês -últimos 30 dias em relação aos 30 anteriores. Em janeiro, a alta tinha sido de 3,2%.
A surpresa no índice fica por conta de vestuário, segundo Nakane. As quedas se acentuam e já atingem 0,96% nos últimos 30 dias. Esse percentual é bem superior à média dos anos anteriores.
Para este ano, a Fipe prevê inflação de 3,5%. Nakane, economista especializado em sistema bancário no Brasil, diz que a taxa de câmbio deve influenciar a inflação, mas é um assunto que merece estudos mas aprofundados.
A contribuição do câmbio foi importante para a redução da taxa, mas agora essa aferição fica cada vez mais difícil. O impacto do dólar sobre a taxa tem um limite, tanto no que se refere à queda da moeda norte-americana como à participação na taxa de inflação, diz ele.


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