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Inflação perde ritmo em São Paulo, e Fipe revê taxa
Preços sobem menos, e índice deve ficar em 0,20%
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Após a aceleração normal de
início de ano, a inflação mantém recuo contínuo neste mês.
A taxa deve atingir apenas
0,20%, após ter registrado
1,04% em dezembro e 0,66% no
mês passado.
"A inflação está concentrada
em poucos itens. Apenas três
deles são responsáveis por
95,6% do índice", afirma Márcio Nakane, o novo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas).
As pressões inflacionárias estão, no momento, em álcool
combustível, produtos "in natura" e educação. Mas as estimativas são de perda de pressão desses itens nas próximas
semanas. Nos últimos 30 dias, a
inflação média foi de 0,41%.
Na avaliação do economista
da Fipe, o álcool ainda mostra
alta de preços na variação média de quatro semanas: mais
5,3%. Os preços isolados da última semana, porém, em relação ao mesmo período de janeiro, já indicam queda de 0,40%.
A redução dos preços do álcool, registrada pelo índice da
Fipe, reflete a redução seguida
de cinco semanas do valor de
negociação do combustível nas
usinas paulistas. Na semana
passada, no entanto, houve reversão, e os preços do combustível voltaram a subir.
Outro item de pressão do índice, o de produtos "in natura",
também caminha para estabilidade nas próximas semanas.
Após ter subido até 12% por semana, os "in natura" tiveram
alta de apenas 3,4% na última
pesquisa da Fipe.
O setor de educação, que
sempre pesa no bolso dos paulistanos na virada de ano, teve
alta de 2% na segunda quadrissemana deste mês -últimos 30
dias em relação aos 30 anteriores. Em janeiro, a alta tinha sido de 3,2%.
A surpresa no índice fica por
conta de vestuário, segundo
Nakane. As quedas se acentuam e já atingem 0,96% nos
últimos 30 dias. Esse percentual é bem superior à média dos
anos anteriores.
Para este ano, a Fipe prevê
inflação de 3,5%. Nakane, economista especializado em sistema bancário no Brasil, diz
que a taxa de câmbio deve influenciar a inflação, mas é um
assunto que merece estudos
mas aprofundados.
A contribuição do câmbio foi
importante para a redução da
taxa, mas agora essa aferição fica cada vez mais difícil. O impacto do dólar sobre a taxa tem
um limite, tanto no que se refere à queda da moeda norte-americana como à participação
na taxa de inflação, diz ele.
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