São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Firjan se queixa da nova tributação de SP

A nova sistemática de cobrança do ICMS em São Paulo para os setores de medicamentos, higiene pessoal, perfumaria, cosméticos e bebidas alcoólicas, em vigor desde o dia 1º deste mês, gerou uma paralisia de negócios interestaduais. As empresas desses setores de outros Estados não estão conseguindo vender seus produtos para São Paulo.
Alertado do problema pelas entidades de classe mais atingidas, o presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, encaminhou carta ao secretário de Fazenda do Rio, Joaquim Levy, expondo a situação.
No texto, Gouvêa Vieira afirma que o decreto que regulamenta o regime de substituição tributária instituído pelo governo de São Paulo "não tratou das operações interestaduais, impossibilitando assim as vendas para aquele Estado sem risco de autuações".
O presidente da Firjan afirma ainda que, "como para muitas empresas o Estado de São Paulo é a principal praça de comercialização de seus produtos e, em alguns casos, as compras oriundas desse ente federativo representam mais de 50% do total do faturamento médio mensal, o prejuízo para o setor produtivo fluminense aumenta a cada dia".
Na carta, Gouvêa Vieira pede que Levy atue junto ao secretário da Fazenda de SP para que esclareça as regras para as operações interestaduais.
Procurada pela Folha, a Secretaria da Fazenda de São Paulo informou que já existe uma regulamentação para o regime de substituição tributária, que foi publicada em janeiro, mas reconhecia que havia alguns pontos que não tinham ficado claros, e, por essa razão, deve ser editado hoje um novo decreto com todos os esclarecimentos necessários.
Nesse novo regime de substituição tributária, o ICMS de toda a cadeia comercial até o consumidor final é antecipado na indústria. Muitas empresas têm alegado que essa nova sistemática provocou aumento de preços nos produtos dos setores atingidos.

PRECATÓRIO
O escritório Lefosse tem trabalhado em operações de compra de precatórios estaduais e federais no país a pedido de fundos europeus e asiáticos. O valor de face dos precatórios nessas operações alcança R$ 1,5 bilhão. "Não é mais tão fácil encontrar títulos de qualidade no mercado", diz Edmundo Nejm, "head" da área bancária e financeira do Lefosse. Os projetos em andamento envolvem a compra dos precatórios por fundos de direitos creditórios detidos diretamente por investidores estrangeiros ou que, por operações derivativas, investem nesses instrumentos.

MAQUETE
O arquiteto David Bastos, cujos trabalhos mais famosos se localizam na Bahia, onde assina projetos de celebridades, vai abrir um escritório também em São Paulo. Bastos, que é responsável por projetos de muitos restaurantes em Salvador, como Yacht, Trapiche Adelaide, Chez Bernard, Soho e Lafayatte e as casas de Ivete Sangalo, Daniela Mercury e outros, afirma que a idéia é ficar mais perto de São Paulo e do Sul do país para aumentar seus trabalhos.

Nizan lança ABC com presença de Fernando Henrique e Furlan

O encontro de lançamento do grupo ABC, marca que substitui o grupo Ypy, de Nizan Guanaes, acontece neste fim de semana, em Campinas. Serão 200 executivos de 12 agências diferentes, que ouvirão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan e o empresário Beto Sicupira, entre outros. O grupo ABC nasce com 1.500 funcionários e receita de R$ 400 milhões.
"Como eu não pude registrar só ABC, acabei registrando o alfabeto inteiro, de A a Z", afirma Nizan Guanaes, o presidente do grupo.
A reunião com os executivos é mais um preparativo para a abertura de capital. "O Brasil vive uma época de ouro e temos de sonhar o sonho da Vale, da AmBev e da Embraer", diz Guanaes. "Não do mesmo tamanho, é claro, mas também quero ser mundial." O publicitário previa uma crise de egos, já que colocou presidentes das diversas agências dividindo quartos: "Tudo que era badalação e frescura acabou. Agora tenho de economizar e dar resultado para a velhinha do Texas que vai investir em mim".

PINTADO DE OURO
A maior alta histórica do preço do ouro vai encarecer as estatuetas do Oscar. O valor de cada uma das peças, banhadas a ouro, saltou para o recorde de US$ 500, ante os US$ 400 do ano passado, segundo a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Nos últimos 12 meses, o preço de uma onça de ouro subiu cerca de 40%, alcançando US$ 950. A alta dos preços de commodities aumentou a atratividade do metal como forma de proteção contra a inflação.

NOVO CAPÍTULO
A Petrobras vai criar, na próxima semana, a Diretoria de Biocombustíveis. Allan Kardec, que chegou a ser cotado para o Abastecimento, será o titular da nova diretoria. Guilherme Estrella continua na Exploração e Produção, e Paulo Roberto Costa, no Abastecimento.

LICITAÇÕES
Em janeiro, as licitações eletrônicas no site do Banco do Brasil subiram 158% ante o mesmo mês de 2007. As compras de bens e serviços somaram R$ 885 milhões, em 2.800 licitações realizadas por secretarias, prefeituras e empresas. O banco diz que a licitação eletrônica traz economia de até 40% sobre os preços estimados.

IMPOSTO
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou uma lei que propõe aumento dos impostos sobre doações e heranças de 37% para 45% do valor dos bens. A nova legislação ainda depende de aprovação do Senado e do Executivo. Segundo avaliação de Renato Ochman, especializado em mercado de capitais, as eleições deste ano podem comprometer a aprovação.

TURISMO
Marta Suplicy (Turismo) reúne-se com empresários do setor em março, em São Paulo, no Fórum Panrotas 2008. Marta apresentará oportunidades para a Copa de 2014. Companhias aéreas também estarão no evento.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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