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Telefônica critica plano
do governo
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, disse ser favorável
ao uso da estrutura de fibras ópticas da Eletronet
(a ser gerida pela Telebrás) para acesso à internet em alta velocidade no
país, mas avalia que a atuação estatal não deverá chegar ao consumidor final,
como cogita o governo.
"Seria muito importante que esse ativo [rede de
fibras ópticas estatal] fosse usado mais intensamente. Agora, se avançar
um pouco mais, a coisa fica
mais complicada", afirmou Valente. Para ele, a
Telebrás ofertando o serviço ao usuário final não
seria efetiva. "Se a gente
for pragmático, vai ver que
não é uma coisa simples de
ser feita. Acho que se está
subavaliando a complexidade [da operação]", disse.
O governo já anunciou
que tem intenção de usar a
Telebrás para ofertar a rede de fibras ópticas da Eletronet para quem queira
prover o serviço de acesso
à internet, ou seja, para
que outras empresas cheguem aos consumidores.
No entanto, não está descartada a possibilidade de
o próprio governo entregar o serviço, se a iniciativa
privada não o fizer.
A Eletronet era uma associação entre estatais do
setor elétrico e a AES
(multinacional de energia)
para provimento de serviço de transporte de dados
em alta velocidade por
meio de fibras ópticas instaladas em linhas de transmissão de energia.
O negócio não deu certo
e entrou em regime de falência. Apenas em dezembro do ano passado o governo conseguiu que a
Justiça lhe desse posse dos
16 mil km de fibras.
Valente defendeu reduções tributárias para incentivar a participação da
iniciativa privada e citou a
carga tributária sobre modems usados para acesso
sem fio em alta velocidade,
que ultrapassa 70%.
O Plano Nacional de
Banda Larga (PNBL) do
governo deverá ser anunciado no início de março,
mas suas linhas gerais já
foram divulgadas.
O governo avalia que poderá forçar, por meio da
Telebrás, uma queda do
preço do serviço em 70% e
levar o acesso a 68% dos
domicílios até 2014 (hoje
19% estão conectados). O
plano do governo custaria
entre R$ 3 bilhões e R$ 15
bilhões -a depender das
parcerias firmadas.
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