São Paulo, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

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Telefônica critica plano do governo

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, disse ser favorável ao uso da estrutura de fibras ópticas da Eletronet (a ser gerida pela Telebrás) para acesso à internet em alta velocidade no país, mas avalia que a atuação estatal não deverá chegar ao consumidor final, como cogita o governo.
"Seria muito importante que esse ativo [rede de fibras ópticas estatal] fosse usado mais intensamente. Agora, se avançar um pouco mais, a coisa fica mais complicada", afirmou Valente. Para ele, a Telebrás ofertando o serviço ao usuário final não seria efetiva. "Se a gente for pragmático, vai ver que não é uma coisa simples de ser feita. Acho que se está subavaliando a complexidade [da operação]", disse.
O governo já anunciou que tem intenção de usar a Telebrás para ofertar a rede de fibras ópticas da Eletronet para quem queira prover o serviço de acesso à internet, ou seja, para que outras empresas cheguem aos consumidores. No entanto, não está descartada a possibilidade de o próprio governo entregar o serviço, se a iniciativa privada não o fizer.
A Eletronet era uma associação entre estatais do setor elétrico e a AES (multinacional de energia) para provimento de serviço de transporte de dados em alta velocidade por meio de fibras ópticas instaladas em linhas de transmissão de energia.
O negócio não deu certo e entrou em regime de falência. Apenas em dezembro do ano passado o governo conseguiu que a Justiça lhe desse posse dos 16 mil km de fibras.
Valente defendeu reduções tributárias para incentivar a participação da iniciativa privada e citou a carga tributária sobre modems usados para acesso sem fio em alta velocidade, que ultrapassa 70%.
O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) do governo deverá ser anunciado no início de março, mas suas linhas gerais já foram divulgadas.
O governo avalia que poderá forçar, por meio da Telebrás, uma queda do preço do serviço em 70% e levar o acesso a 68% dos domicílios até 2014 (hoje 19% estão conectados). O plano do governo custaria entre R$ 3 bilhões e R$ 15 bilhões -a depender das parcerias firmadas.


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