DA REDAÇÃO

O governo reviu novamente sua previsão de entrada de investimentos diretos estrangeiros no país em 2003. O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Beny Parnes, disse ontem que a expectativa agora é que haja uma entrada de US$ 13 bilhões. Em fevereiro, o BC já havia baixado a estimativa de US$ 16 bilhões para US$ 15 bilhões.
"Estamos monitorando o fluxo de capitais. O ambiente não é favorável", afirmou Parnes, durante conferência para economistas realizada em Milão, na Itália.
A guerra entre Estados Unidos e Iraque é um dos motivos que têm levado o BC a rever suas previsões. A instabilidade no mercado mundial não favorece o fluxo internacional de dólares, e muitos investidores preferem aplicar seu dinheiro em títulos do governo dos Estados Unidos.
Parnes, no entanto, afirmou que o governo reviu também sua previsão do déficit em conta corrente (diferença entre todas as trocas comerciais e financeiras da economia do país com o exterior) para 2003.
Segundo ele, o déficit deverá ser de 4,2% do PIB (Produto Interno Bruto), contra os 5,6% previstos antes. O aumento das exportações tem favorecido a entrada de dólares no Brasil. Parnes afirmou ainda que o governo não pretende fixar a taxa de câmbio. "Sabemos que isso não dá certo."