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CNA registra queda no PIB agropecuário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Contrariando números do
IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), a
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
divulgou ontem dados que
mostram que o setor agropecuário apresentou retração,
e não crescimento, em 2006.
Nas contas da CNA, em
parceria com a Universidade
de São Paulo, o PIB do setor
encolheu 2,12% no ano passado. E isso aconteceu porque, mesmo com o aumento
na produção registrado em
2006, ele não foi suficiente
para compensar a queda nos
preços dos principais produtos agrícolas.
De acordo com esse levantamento, a produção agrícola
teve crescimento de 4,5%,
enquanto na pecuária a expansão foi de 3,8%. Já os preços médios praticados nessas
duas atividades caíram 4,6%
e 7,9%, respectivamente.
Já para o IBGE, o setor
agropecuário cresceu 3,2%
no ano passado, acima, portanto, dos 2,9% de expansão
registrado pelo PIB como um
todo. Pelos dados oficiais, o
melhor desempenho de safras como a de café, milho e
feijão ajudou a expansão.
A CNA vê uma outra realidade. De acordo com Ricardo
Cotta Ferreira, superintendente da entidade, o aumento nos preços dos insumos
agrícolas e o elevado custo de
financiamento têm corroído
a rentabilidade dos produtores, o que explica o resultado
negativo de 2006.
O presidente do IBGE,
Eduardo Pereira Nunes, explica que a metodologia usada pelo IBGE dá maior ênfase à produção física de cada
atividade econômica, reduzindo o peso dos preços. Segundo ele, essa é a maneira
recomendada para medir o
PIB total do país e é usada
também para o PIB agrícola.
A pesquisa da CNA, por
sua vez, dá mais importância
aos preços, e seus indicadores acabam refletindo mais a
variação na renda dos produtores agrícolas.
Apesar de ter apurado queda no PIB do agronegócio em
2006, a CNA registra recuperação nos últimos meses do
ano passado. Entre novembro e dezembro, o crescimento foi de 0,13%, puxado
pela expansão de 0,54% da
agricultura. O PIB da pecuária caiu 0,89%.
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