São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Câmbio pode travar investimentos, diz Suzano

A situação atual do câmbio pode levar as empresas a decidirem travar seus planos de novos investimentos no país. A grande preocupação é com a perspectiva de perda de mercado com a desvalorização excessiva do dólar.
A afirmação é de Antonio Maciel Neto, presidente da Suzano Papel e Celulose, segunda maior produtora mundial de celulose de eucalipto e uma das dez maiores do mundo do setor. Neste ano, a companhia prevê uma produção de 1,1 milhão de toneladas de papel e 1,7 milhão de toneladas de celulose, 120% a mais do que produzia há quatro anos.
Segundo Maciel, a Suzano está, neste exato momento, discutindo seus planos de investimento para os próximos anos e ele não esconde a preocupação da empresa com o problema do câmbio.
A companhia pretende investir mais de US$ 2 bilhões numa nova fábrica de celulose. O local ainda não foi definido. Nos últimos quatro anos, a Suzano investiu US$ 1,7 bilhão na implantação da fábrica de celulose de Mucuri, na Bahia.
Ele diz que o clima favorável do Brasil e os mais de 50 anos da companhia em estudos na área de biotecnologia são diferenciais importantes e que garantem competitividade à Suzano, mas, ainda assim, a valorização do câmbio passou a ser um forte motivo de preocupação da empresa.
Segundo Maciel, o motivo de ele expor essa preocupação agora foi, principalmente, o fato de o próprio governo ter considerado essa questão prioritária ao ter anunciado, recentemente, algumas medidas na área do câmbio com o objetivo de deter a desvalorização do dólar.
O executivo considerou as medidas positivas. Ele elogiou, principalmente, a iniciativa do governo ao considerar o problema prioritário, mas, a seu ver, são necessárias medidas adicionais para que o objetivo seja alcançado.
A preocupação com o câmbio se torna ainda maior, na opinião de Maciel, diante da perspectiva de aumentar ainda mais o fluxo de entrada de dólar no país com a tendência de aumentar a diferença de juros do Brasil em relação aos Estados Unidos. A perspectiva é a de esse diferencial se ampliar ainda mais com a ameaça do Banco Central de aumentar os juros para conter o crescimento acelerado do país.
Outro complicador que surgiu na semana passada foi a queda no preço das commodities, e ainda não se sabe se isso é uma tendência ou apenas um soluço do mercado, mas abriu uma nova janela em meio à crise global.
O fato é que essa queda das commodities acendeu a luz amarela das empresas exportadoras de produtos básicos. Até então, essas empresas compensavam a queda do dólar com aumento de preços.
A Suzano exporta quase a metade de sua produção, principalmente para a Europa e para a Ásia. O objetivo é o de ampliar essa fatia para 60% a partir deste ano.

INDIVIDUAL
A Actaris investe na expansão da franquia ContaJusta, que oferece aos clientes um sistema de medição individual da água em condomínios. "Temos um alvo bastante ambicioso de atingir 30% do mercado de medição individual de água nos próximos dois anos", diz Samuel Lee, diretor-geral da Actaris para a América Latina. A estratégia de crescimento está ancorada no Estado de São Paulo e em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas e Salvador.

Crescem autorizações de trabalho para profissional estrangeiro

O número de autorizações de trabalho temporárias concedidas a estrangeiros passou de 18.878 em 2004 para 26.873 no ano passado. Esse visto dá direito a até dois anos de trabalho no Brasil. As autorizações permanentes subiram de 1.284 para 2.615.
Do total de vistos permanentes em 2007, 51,09% foram para investidores pessoa física, que vêm realizar atividades produtivas. Administradores, diretores, gerentes e executivos são 34,04% e outros profissionais, 14,84%, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Campeões no número de autorizações permanentes em 2007, os investidores pessoa física vieram principalmente da Itália, da Espanha, de Portugal, da Noruega e dos EUA.
A região Sudeste concentra a maioria das autorizações que são concedidas, mas o Amazonas e o Paraná estão entre os cinco Estados para onde os profissionais mais se dirigiram. O Rio de Janeiro é o líder no ranking, seguido por São Paulo e Minas Gerais.
"De uma maneira geral, isso está associado ao aumento da atividade econômica do país e das suas trocas internacionais", diz Paulo Sérgio, coordenador-geral de imigração do Ministério do Trabalho e do Emprego.

ENERGIA: CALOTE PÚBLICO É MAIOR DO QUE O RESIDENCIAL, AFIRMA INSTITUTO
A inadimplência do governo é muito maior do que a das residências, segundo o Instituto Acende Brasil. Para cada R$ 100 gastos com energia por conta da iluminação pública, R$ 6,82 não são pagos. Nas residências, o valor é de R$ 1,16; na indústria, de R$ 1,06; e no comércio, de R$ 0,82. Estima-se que as contas vencidas e irrecuperáveis do setor elétrico totalizem R$ 1 bilhão.

INCENTIVO
Viagens oferecidas a funcionários como prêmio estão em alta em 2008, segundo a Top Service Incentive & Travel, especializada em viagens de incentivo. A agência transportou 4.000 passageiros no primeiro trimestre. Em 2007, foram 20 mil turistas, e a previsão é chegar a 27,2 mil neste ano.

EMERGENTE
Do faturamento da HP no primeiro trimestre, 69% vieram de fora dos Estados Unidos. Os resultados combinados de Brasil e Rússia somam crescimento de 35%.

COMBOIO
Uma comitiva de empresários do varejo acompanha o ministro Miguel Jorge no "World Retail Congress", que será realizado no dia 9 de abril, em Barcelona.

MALHAÇÃO
O crescimento do mercado de academias de ginástica fez com que a ESPM lançasse o seminário de Gestão Estratégica de Academias, que começa amanhã, em São Paulo. Entre os palestrantes, estão Gary Schulze, diretor da Cia. Athletica, e Augusto Anzelotti, diretor-executivo da Pelé Club. O público-alvo são donos das 7.300 academias brasileiras, que tornam o país um dos líderes mundiais do setor.

TUBO
A Samarco inaugura em abril sua terceira usina de pelotização. A empresa receberá clientes de todo o mundo para conhecerem a usina e acompanharem a construção do minerioduto, ainda sem previsão de lançamento, que levará o minério de ferro de Mariana (MG) a Ubu, em Anchieta (ES).


com CRISTIANE BARBIERI, JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI

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