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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Câmbio pode travar investimentos, diz Suzano
A situação atual do câmbio
pode levar as empresas a decidirem travar seus planos de novos investimentos no país. A
grande preocupação é com a
perspectiva de perda de mercado com a desvalorização excessiva do dólar.
A afirmação é de Antonio
Maciel Neto, presidente da Suzano Papel e Celulose, segunda
maior produtora mundial de
celulose de eucalipto e uma das
dez maiores do mundo do setor. Neste ano, a companhia
prevê uma produção de 1,1 milhão de toneladas de papel e 1,7
milhão de toneladas de celulose, 120% a mais do que produzia há quatro anos.
Segundo Maciel, a Suzano está, neste exato momento, discutindo seus planos de investimento para os próximos anos e
ele não esconde a preocupação
da empresa com o problema do
câmbio.
A companhia pretende investir mais de US$ 2 bilhões
numa nova fábrica de celulose.
O local ainda não foi definido.
Nos últimos quatro anos, a Suzano investiu US$ 1,7 bilhão na
implantação da fábrica de celulose de Mucuri, na Bahia.
Ele diz que o clima favorável
do Brasil e os mais de 50 anos
da companhia em estudos na
área de biotecnologia são diferenciais importantes e que garantem competitividade à Suzano, mas, ainda assim, a valorização do câmbio passou a ser
um forte motivo de preocupação da empresa.
Segundo Maciel, o motivo de
ele expor essa preocupação
agora foi, principalmente, o fato de o próprio governo ter considerado essa questão prioritária ao ter anunciado, recentemente, algumas medidas na
área do câmbio com o objetivo
de deter a desvalorização do
dólar.
O executivo considerou as
medidas positivas. Ele elogiou,
principalmente, a iniciativa do
governo ao considerar o problema prioritário, mas, a seu
ver, são necessárias medidas
adicionais para que o objetivo
seja alcançado.
A preocupação com o câmbio
se torna ainda maior, na opinião de Maciel, diante da perspectiva de aumentar ainda
mais o fluxo de entrada de dólar
no país com a tendência de aumentar a diferença de juros do
Brasil em relação aos Estados
Unidos. A perspectiva é a de esse diferencial se ampliar ainda
mais com a ameaça do Banco
Central de aumentar os juros
para conter o crescimento acelerado do país.
Outro complicador que surgiu na semana passada foi a
queda no preço das commodities, e ainda não se sabe se isso é
uma tendência ou apenas um
soluço do mercado, mas abriu
uma nova janela em meio à crise global.
O fato é que essa queda das
commodities acendeu a luz
amarela das empresas exportadoras de produtos básicos. Até
então, essas empresas compensavam a queda do dólar com aumento de preços.
A Suzano exporta quase a
metade de sua produção, principalmente para a Europa e para a Ásia. O objetivo é o de ampliar essa fatia para 60% a partir deste ano.
INDIVIDUAL
A Actaris investe na expansão da franquia ContaJusta,
que oferece aos clientes um sistema de medição individual
da água em condomínios. "Temos um alvo bastante ambicioso de atingir 30% do mercado de medição individual de água
nos próximos dois anos", diz Samuel Lee, diretor-geral da
Actaris para a América Latina. A estratégia de crescimento
está ancorada no Estado de São Paulo e em Brasília, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas e Salvador.
Crescem autorizações de trabalho para profissional estrangeiro
O número de autorizações de
trabalho temporárias concedidas a estrangeiros passou de
18.878 em 2004 para 26.873 no
ano passado. Esse visto dá direito a até dois anos de trabalho
no Brasil. As autorizações permanentes subiram de 1.284 para 2.615.
Do total de vistos permanentes em 2007, 51,09% foram para investidores pessoa física,
que vêm realizar atividades
produtivas. Administradores,
diretores, gerentes e executivos
são 34,04% e outros profissionais, 14,84%, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Campeões no número de autorizações permanentes em
2007, os investidores pessoa física vieram principalmente da
Itália, da Espanha, de Portugal,
da Noruega e dos EUA.
A região Sudeste concentra a
maioria das autorizações que
são concedidas, mas o Amazonas e o Paraná estão entre os
cinco Estados para onde os
profissionais mais se dirigiram.
O Rio de Janeiro é o líder no
ranking, seguido por São Paulo
e Minas Gerais.
"De uma maneira geral, isso
está associado ao aumento da
atividade econômica do país e
das suas trocas internacionais",
diz Paulo Sérgio, coordenador-geral de imigração do Ministério do Trabalho e do Emprego.
ENERGIA: CALOTE PÚBLICO É MAIOR DO QUE O RESIDENCIAL, AFIRMA INSTITUTO
A inadimplência do governo é muito maior do que a das
residências, segundo o Instituto Acende Brasil. Para cada R$
100 gastos com energia por conta da iluminação pública, R$
6,82 não são pagos. Nas residências, o valor é de R$ 1,16; na
indústria, de R$ 1,06; e no comércio, de R$ 0,82. Estima-se
que as contas vencidas e irrecuperáveis do setor elétrico totalizem R$ 1 bilhão.
INCENTIVO
Viagens oferecidas a funcionários como prêmio estão em alta em 2008, segundo a Top Service Incentive &
Travel, especializada em viagens de incentivo. A agência
transportou 4.000 passageiros no primeiro trimestre.
Em 2007, foram 20 mil turistas, e a previsão é chegar a
27,2 mil neste ano.
EMERGENTE
Do faturamento da HP no
primeiro trimestre, 69% vieram de fora dos Estados
Unidos. Os resultados combinados de Brasil e Rússia
somam crescimento de 35%.
COMBOIO
Uma comitiva de empresários do varejo acompanha
o ministro Miguel Jorge no
"World Retail Congress",
que será realizado no dia 9
de abril, em Barcelona.
MALHAÇÃO
O crescimento do mercado de academias de ginástica
fez com que a ESPM lançasse o seminário de Gestão Estratégica de Academias, que
começa amanhã, em São
Paulo. Entre os palestrantes,
estão Gary Schulze, diretor
da Cia. Athletica, e Augusto
Anzelotti, diretor-executivo
da Pelé Club. O público-alvo
são donos das 7.300 academias brasileiras, que tornam
o país um dos líderes mundiais do setor.
TUBO
A Samarco inaugura em
abril sua terceira usina de
pelotização. A empresa receberá clientes de todo o mundo para conhecerem a usina
e acompanharem a construção do minerioduto, ainda
sem previsão de lançamento, que levará o minério de
ferro de Mariana (MG) a
Ubu, em Anchieta (ES).
com CRISTIANE BARBIERI, JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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