São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2010

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Com saldo comercial em queda, país registra saída de US$ 2 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC acelerou a compra de moeda estrangeira no mercado financeiro neste mês, num momento em que o fluxo de dólares para o Brasil está negativo. Até o dia 18, o país registrava uma saída de US$ 2 bilhões acumulada no ano.
Esse resultado se concentra na área comercial, que registra a diferença entre exportações e importações. Em relação às operações financeiras, a quantidade de dinheiro que entrou e a que saiu do país nesse período estão praticamente empatadas.
Apesar da saída de moeda, o BC voltou a comprar dólares no mercado, depois de reduzir sua atuação entre os meses de janeiro e fevereiro. Em março, as aquisições já somam US$ 2,3 bilhões, acima do volume de compras nos dois meses anteriores (US$ 2,1 bilhões).
Isso acontece porque o BC leva em conta não apenas o fluxo de moeda, mas também a volatilidade no mercado e o preço do dólar para elevar as reservas internacionais, que somam hoje US$ 243 bilhões.
O BC também está próximo de resgatar os dólares emprestados entre o final de 2008 e o início de 2009. Restam no mercado apenas US$ 214 milhões, de um total que superou US$ 5 bilhões na época.
Os bancos, que fecharam fevereiro "comprados" no mercado à vista de dólar (apostando na alta da moeda americana), estão hoje "vendidos" em US$ 3,3 bilhões, o que reflete uma aposta na queda das cotações.

Viagens internacionais
O BC também divulgou ontem novos números sobre viagens internacionais. Os gastos dos brasileiros no exterior cresceram 71% no primeiro bimestre em relação ao mesmo período de 2009. Já as despesas de turistas estrangeiros no país avançaram 16%.
A previsão oficial é de um deficit de US$ 7,5 bilhões na contas de viagens internacionais no ano. O número é a diferença entre os gastos de brasileiros lá fora e o de estrangeiros que visitam o país. Dados parciais para março mostram que os brasileiros já gastaram quase US$ 3 bilhões neste ano em viagens ao exterior ou despesas com cartão de crédito fora do país. O número é praticamente o dobro dos gastos de turistas estrangeiros no Brasil.
No começo de 2009, os efeitos da crise econômica chegaram a reduzir essas despesas em cerca de 40%. Mas a estabilização na renda do brasileiro e o comportamento do câmbio ajudaram a reverter essa queda. Desde o final do ano passado, os gastos estão próximos do patamar de US$ 1 bilhão ao mês, valor registrado antes da crise.
O dado sobre viagens é parte do relatório do BC a respeito das contas externas. Também entram nessa conta as compras feitas pelos brasileiros via internet e aquelas debitadas nos cartões de crédito.


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