|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Americanos cedem, e BID aprova aumento de capital
Aporte de US$ 70 bi permitirá ao órgão ampliar crédito em 50%, para US$ 12 bi ao ano
EUA voltam atrás em exigências para capitalização;
para Brasil, recursos serão
suficientes para atender a
demanda por mais três anos
DENYSE GODOY
ENVIADA ESPECIAL A CANCÚN (MÉXICO)
Os países-membros do BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento), uma das mais
importantes instituições multilaterais do continente, aprovaram ontem, na reunião anual
dos seus diretores, em Cancún
(México), um aumento de US$
70 bilhões no seu capital.
Com essa elevação de 70% no
capital, o banco poderá ampliar
o volume de empréstimos concedidos para US$ 12 bilhões ao
ano, 50% mais que a média recente -desconsiderando 2009,
quando, devido à crise, o montante de financiamentos ficou
perto de US$ 16 bilhões.
Embora defendesse um novo
aporte de US$ 80 bilhões -no
ano passado, quando as discussões começaram, falava-se em
até US$ 180 bilhões-, o Brasil
viu, no final, prevalecerem as
suas convicções sobre o assunto. Depois de algumas tentativas desde janeiro, os países tinham praticamente fechado
um acordo. Entretanto, na sexta, os EUA apresentaram uma
nova proposta de recapitalização de US$ 60 bilhões, da qual
constavam 13 condições para
um entendimento. O Brasil
protestou, no que foi apoiado
pelas demais nações, e acabou
conseguindo que tais exigências fossem minimizadas.
Eram dois os principais pontos de discórdia. Um estabelecia que o BID impusesse, aos
países que não tivessem com o
FMI comprometimentos com
metas de inflação ou de deficit
fiscal, a assunção de obrigações
semelhantes.
O outro determinava que somente seriam contemplados
com créditos da instituição os
projetos que estivessem em
conformidade com determinadas regras ambientais, como
previsto nas leis dos EUA.
"Cedemos, eles [EUA] cederam. Foi um processo de convencimento", disse o ministro
Paulo Bernardo, representante
do Brasil no BID. Para ele, os
US$ 70 bilhões serão suficientes para atender as demandas
da região por mais três anos.
Prioridades
Do total combinado, só US$
1,7 bilhão precisará ser efetivamente desembolsado pelos países doadores de recursos, grupo
que inclui europeus e asiáticos.
O restante é um compromisso
dessas nações, que serve de garantia para o BID poder captar
dinheiro no mercado financeiro e emprestar. Ao Brasil caberão US$ 170 milhões, a serem
pagos em cinco parcelas anuais.
"Os fundos, frutos do esforço
de todos, permitirão ao banco
atender suas áreas prioritárias:
os países menores, a redução da
pobreza, as iniciativas para enfrentar a mudança climática e a
cooperação regional e a integração", disse Luis Alberto Moreno, presidente da instituição.
Texto Anterior: Nos EUA: Presidente da Ford recebe US$ 17,9 milhões em 2009 Próximo Texto: Banco aumenta limite para crédito privado Índice
|