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COMÉRCIO
Novo impasse deve levar à suspensão da Rodada Doha
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
Negociadores comerciais
de alto escalão começaram
ontem uma reunião que segue até sexta para avaliar o
que e como fazer com a Rodada Doha de liberalização
do comércio global. A resposta latente, ainda que o
discurso oficial seja outro, é
dar um enterro digno a algo
morto há dois anos. Mas como fazer isso ninguém sabe.
Os avanços desde 2008 foram imperceptíveis e focados em aspectos processuais
e técnicos. Persistem os desentendimentos sobre subsídios, dumping e políticas antidumping, acesso a mercados e outros enroscos mais.
Os EUA são apontados como o suspeito usual, e em
Washington o governo do
democrata Barack Obama,
que raspou seu capital político para aprovar no fim de semana a reforma do sistema
de saúde, não parece disposto a comprar a briga com a
bancada agrícola em ano de
eleição legislativa.
Como aos olhos dos demais países é dos EUA que
deveria vir o primeiro aceno,
ainda que pequeno e simbólico, ninguém se mexe.
Os pronunciamentos dos
líderes das comissões especiais de negociação ontem
saíram como uma fieira de
lamentos. Nos sete encontros ao longo dos últimos 12
meses, disseram os negociadores, não se criaram convergências. Apenas os desacordos foram expostos.
Agora restam poucas opções. A primeira, como sugerido pelo ministro australiano do Comércio, Simon
Crean, é "desligar os aparelhos" e partir para a próxima.
Outra possibilidade é negociadores se concentrarem
em desatar nós e deixar a palavra final sobre as questões
mais cabeludas para os presidentes e premiês.
O prazo que os líderes do
G20 puseram como limite
sadio para concluir as negociações -e o diretor-geral da
OMC, Pascal Lamy, ecoou-
era este ano. Ontem, ninguém falou em 2010.
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