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MULTIMÍDIA
The Economist - de Londres
Mercados perdem confiança no país
INGLATERRA - O Brasil está menos vulnerável, mas o mercado
começa a perder um pouco da
confiança no governo Lula.
A expectativa de elevação dos
juros nos EUA e dúvidas em relação à política econômica brasileira já são sentidas nos mercados financeiros, e a questão é saber se
Lula conterá os nervos.
Os papéis do Brasil que fazem
parte do Embi+, índice do JP
Morgan que mede o risco-país
dos mercados emergentes, perderam mais de 10% entre meados de
janeiro e de abril; no mesmo período, o Embi+ caiu 3,3%.
Uma das causas é o medo de
que o Fed (o BC dos EUA) aumente a taxa de juros, drenando
capital dos mercados emergentes.
Mas só essa expectativa não explica a alta do risco-país.
O problema é que a política econômica de Lula é menos popular
entre os brasileiros do que entre
os investidores. A equipe econômica elevou a meta de superávit
primário de 2003 de 3,75% para
4,25% do PIB, escolhendo gastar
mais com juros da dívida e menos
com estradas, escolas e salários.
O Banco Central, ao mesmo
tempo, elevou o juro, que já estava
alto, para enfraquecer o repique
da inflação. O governo ganhou
credibilidade, mas a economia
encolheu em 2003, e a promessa
de empregos e justiça econômica
começou a parecer vazia.
Embora o corte de 10,5 pontos
percentuais nos juros desde junho passado tenha impulsionado
as exportações e a venda de bens
como carros, ainda falta afetar a
renda e o mercado de trabalho.
Outra preocupação seria um
desvio da disciplina fiscal que sustenta a capacidade do país de pagar suas dívidas. Lula enervou os
mercados recentemente ao elevar
a proposta de reajuste aos servidores públicos e oferecer verba
extra para os sem-terra. E, no momento, Lula tem que decidir sobre o aumento do salário mínimo.
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