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ECONOMIA GLOBAL
Meta é atingir, no mínimo, 4,25% do PIB
Ao Fundo, Mantega ameniza seu discurso sobre superávit primário
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Horas depois de ter se definido
como "não-ortodoxo", o ministro
da Fazenda brasileiro, Guido
Mantega, amenizou seu discurso.
Disse ontem de manhã que o governo se compromete a manter a
"forte política fiscal de gerar um
superávit fiscal primário de pelo
menos 4,25%" do PIB na reunião
do Comitê Financeiro e Monetário Internacional, no dia da abertura da reunião de primavera do
FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.
Na sexta-feira, havia afirmado:
"O superávit é de 4,25% do PIB,
mas tem gente que gostaria que fizéssemos um superávit maior.
Quem são eles? São os ortodoxos.
Eu não sou ortodoxo. Eles são
aquelas pessoas que não gostam
dos programas sociais que o governo faz. Não dizem isso claramente, mas falam dos gastos sociais, que estariam aumentando".
Ontem, indagado pela Folha
durante entrevista coletiva posterior à reunião se tinha mudado de
idéia durante a noite, rebateu:
"Não costumo dormir de uma
forma e acordar de outra. Você fazer superávit primário não quer
dizer que você é ortodoxo. Você
adotar responsabilidade fiscal
não é sinal de ortodoxia, e eu queria citar os ajustes fiscais feitos em
países como Itália, França, conduzidos por governos sociais democratas, governos de centro-esquerda e esquerda".
Sobre a mudança de discurso,
de "superávit de 4,25%" de sexta-feira para "superávit de no mínimo 4,25%" de sábado de manhã,
argumentou: "É a mesma coisa,
vocês pegam filigrana, é 4,25%. É
claro que você nunca acerta no alvo porque depende do comportamento da receita, pode ser 4,28%.
O que você tem de garantir é que o
mínimo é 4,25% ou próximo de
4,25%. Se houver dinheiro sobrando, uma arrecadação inesperada, por exemplo, você vai usar
esse recurso para investimento."
Sobre a conversa que teve com o
vice-conselheiro de segurança nacional para assuntos econômicos
da Casa Branca, Faryar Shirzad,
disse que o assessor de Bush para
as ações do G8 estava interessado
política econômica que o Brasil
praticará com um novo ministro.
"Mas também cobrei dele qual seria a atitude do governo americano em relação a déficit público e
de transações correntes."
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