São Paulo, domingo, 23 de abril de 2006

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ECONOMIA GLOBAL

Meta é atingir, no mínimo, 4,25% do PIB

Ao Fundo, Mantega ameniza seu discurso sobre superávit primário

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Horas depois de ter se definido como "não-ortodoxo", o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, amenizou seu discurso. Disse ontem de manhã que o governo se compromete a manter a "forte política fiscal de gerar um superávit fiscal primário de pelo menos 4,25%" do PIB na reunião do Comitê Financeiro e Monetário Internacional, no dia da abertura da reunião de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.
Na sexta-feira, havia afirmado: "O superávit é de 4,25% do PIB, mas tem gente que gostaria que fizéssemos um superávit maior. Quem são eles? São os ortodoxos. Eu não sou ortodoxo. Eles são aquelas pessoas que não gostam dos programas sociais que o governo faz. Não dizem isso claramente, mas falam dos gastos sociais, que estariam aumentando".
Ontem, indagado pela Folha durante entrevista coletiva posterior à reunião se tinha mudado de idéia durante a noite, rebateu: "Não costumo dormir de uma forma e acordar de outra. Você fazer superávit primário não quer dizer que você é ortodoxo. Você adotar responsabilidade fiscal não é sinal de ortodoxia, e eu queria citar os ajustes fiscais feitos em países como Itália, França, conduzidos por governos sociais democratas, governos de centro-esquerda e esquerda".
Sobre a mudança de discurso, de "superávit de 4,25%" de sexta-feira para "superávit de no mínimo 4,25%" de sábado de manhã, argumentou: "É a mesma coisa, vocês pegam filigrana, é 4,25%. É claro que você nunca acerta no alvo porque depende do comportamento da receita, pode ser 4,28%. O que você tem de garantir é que o mínimo é 4,25% ou próximo de 4,25%. Se houver dinheiro sobrando, uma arrecadação inesperada, por exemplo, você vai usar esse recurso para investimento."
Sobre a conversa que teve com o vice-conselheiro de segurança nacional para assuntos econômicos da Casa Branca, Faryar Shirzad, disse que o assessor de Bush para as ações do G8 estava interessado política econômica que o Brasil praticará com um novo ministro. "Mas também cobrei dele qual seria a atitude do governo americano em relação a déficit público e de transações correntes."


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