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Estado fará usina sozinho se precisar, diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que a
saída de empresas privadas do
consórcio que venceu o leilão
de Belo Monte não impedirá a
construção da usina. Segundo
ele, a Chesf, subsidiária da Eletrobras, que tem 49,98% da
participação no consórcio, vai
construir a hidrelétrica sozinha
se for preciso.
"No leilão entrou quem quis
e sai quem quer depois. Não
tem nenhum cadeado fechando
a porta. Tem várias portas. A
única coisa que eu digo é o seguinte: nós, enquanto Estado
brasileiro, enquanto empresa
pública, faremos sozinhos o
que for necessário fazer", disse,
após almoço no Itamaraty em
recepção ao presidente do Líbano, Michel Suleiman.
Questionado sobre a saída de
empresas da disputa, Lula disse: "Caíram fora porque quiseram. Disputa é disputa".
O presidente rebateu ainda
críticas feitas pela imprensa sobre a construção de Belo Monte
e sobre a realização do leilão.
"O argumento dos contra é
dizer que o preço foi barato. Eu
achei fantástico. Nós fazemos
leilão pra quê? Pra que a melhor oferta ganhe e a melhor
oferta é o preço de energia que
vai chegar para o consumidor.
De repente, a menor oferta ganha e as pessoas começam a dizer "mas foi oferecido por empresas pequenas, as grandes
caíram fora'", afirmou.
Sobre o impacto ambiental
da obra, o presidente disse que
não afetará os índios e as comunidades ribeirinhas e que serão
investidos R$ 3,5 bilhões para
evitar danos à região. Lula também contestou as liminares
concedidas pela Justiça, já que
um dos argumentos é que não
houve audiências públicas.
"Disseram que não houve audiência pública. Se a gente perguntar para a torcida do Corinthians se ela está de acordo com
a derrota para o Santos, nunca
vai estar. Nós fizemos leilões e
audiências públicas como nunca ninguém fez. "Ah, mas o governo está levando gente. Quer
dizer que quem é contra pode
levar, quem é favorável não pode ir"?, questionou.
(SIMONE IGLESIAS)
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