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PETRÓLEO
Se capacidade não aumentar, déficit do setor irá subir para US$ 4 bilhões
Falta de refinaria afetará balança
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A capacidade de refino de petróleo no país acaba em meados do
ano que vem. A partir daí, será necessário exportar petróleo produzido no país e aumentar a importação dos derivados (gasolina,
diesel, nafta, gás de cozinha), segundo avaliação do governo apresentada ontem na Comissão de
Minas e Energia da Câmara dos
Deputados.
A ausência de capacidade de refino no país terá efeito na balança
comercial do setor, segundo dados da ANP (Agência Nacional do
Petróleo). Até 2010, se a capacidade de refino não aumentar, o déficit (importações maiores que exportações) do setor subirá dos
atuais US$ 2,5 bilhões para cerca
de US$ 4 bilhões.
Júlio Colombi Netto, diretor
técnico da ANP, disse aos deputados que o país não pode correr o
risco de ficar dependente de importação de derivados. "É preciso
fazer mais refinarias", afirmou. A
capacidade de refino no país é de
aproximadamente 2 milhões de
barris de petróleo por dia, em 12
refinarias.
O Ministério de Minas e Energia
coordenará um grupo de estudo
do governo -com ministérios,
Fazenda e Planejamento, BNDES
e ANP- para tentar solucionar o
problema. Segundo o secretário
de Petróleo e Gás do ministério,
Marco Antônio Martins, o grupo
vai avaliar se é melhor criar incentivos a instalação de refinarias no
país ou importar os derivados.
Estudo feito pela ANP mostra
que, se a capacidade de refino não
crescer nos próximos anos, em
2010 o Brasil precisaria aumentar
a capacidade de refino em 600 mil
barris por dia. "Isso daria duas ou
três novas refinarias", disse Colombi Netto.
Ele afirmou, no entanto, que estudos feitos pela agência indicam
que os incentivos municipais e estaduais não são suficientes para
atrair investidores em novas refinarias.
Ou seja, seriam necessários incentivos do governo federal para
investidores privados se interessarem em construir refinarias ou
que a Petrobras bancasse a construção. Ontem, no entanto, Rogério Manso, diretor da área de
abastecimento da estatal, disse
que a Petrobras não tem interesse
em construir refinarias.
Preços
O diretor da área de abastecimento da estatal afirmou que a
empresa não tem intenção de fazer reajustes diários no preço da
gasolina como substituta da fórmula que prevê ajustes a cada 15
dias. Segundo Manso, o que a empresa pretende é reduzir o intervalo entre cada reajuste.
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