São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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PETRÓLEO

Se capacidade não aumentar, déficit do setor irá subir para US$ 4 bilhões

Falta de refinaria afetará balança

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A capacidade de refino de petróleo no país acaba em meados do ano que vem. A partir daí, será necessário exportar petróleo produzido no país e aumentar a importação dos derivados (gasolina, diesel, nafta, gás de cozinha), segundo avaliação do governo apresentada ontem na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
A ausência de capacidade de refino no país terá efeito na balança comercial do setor, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Até 2010, se a capacidade de refino não aumentar, o déficit (importações maiores que exportações) do setor subirá dos atuais US$ 2,5 bilhões para cerca de US$ 4 bilhões.
Júlio Colombi Netto, diretor técnico da ANP, disse aos deputados que o país não pode correr o risco de ficar dependente de importação de derivados. "É preciso fazer mais refinarias", afirmou. A capacidade de refino no país é de aproximadamente 2 milhões de barris de petróleo por dia, em 12 refinarias.
O Ministério de Minas e Energia coordenará um grupo de estudo do governo -com ministérios, Fazenda e Planejamento, BNDES e ANP- para tentar solucionar o problema. Segundo o secretário de Petróleo e Gás do ministério, Marco Antônio Martins, o grupo vai avaliar se é melhor criar incentivos a instalação de refinarias no país ou importar os derivados.
Estudo feito pela ANP mostra que, se a capacidade de refino não crescer nos próximos anos, em 2010 o Brasil precisaria aumentar a capacidade de refino em 600 mil barris por dia. "Isso daria duas ou três novas refinarias", disse Colombi Netto.
Ele afirmou, no entanto, que estudos feitos pela agência indicam que os incentivos municipais e estaduais não são suficientes para atrair investidores em novas refinarias.
Ou seja, seriam necessários incentivos do governo federal para investidores privados se interessarem em construir refinarias ou que a Petrobras bancasse a construção. Ontem, no entanto, Rogério Manso, diretor da área de abastecimento da estatal, disse que a Petrobras não tem interesse em construir refinarias.

Preços
O diretor da área de abastecimento da estatal afirmou que a empresa não tem intenção de fazer reajustes diários no preço da gasolina como substituta da fórmula que prevê ajustes a cada 15 dias. Segundo Manso, o que a empresa pretende é reduzir o intervalo entre cada reajuste.



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