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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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TESOURO DO IMPÉRIO

Parlamentares limitam o corte de impostos a US$ 350 bi

Congresso impõe derrota a Bush

FERNANDO CANZIAN

DE WASHINGTON

O Congresso norte-americano chegou ontem a um acordo e limitou a US$ 350 bilhões o corte de impostos proposto pelo governo para os próximos dez anos.
A decisão foi uma derrota para o presidente George W. Bush, que havia pedido inicialmente a redução de US$ 726 bilhões. A medida deve aumentar o rombo no Orçamento deste ano, projetado para superar US$ 400 bilhões.
Bush foi pessoalmente ao Congresso para pressionar os parlamentares. ""O princípio da medida é simples: se mais gente tiver dinheiro no bolso, será mais fácil encontrar emprego na América", disse o presidente.
O corte de impostos tornou-se a principal bandeira econômica de Bush. Ele tem pela frente uma campanha à reeleição e uma economia à beira da estagnação. Durante seu governo, 2,3 milhões de americanos perderam o emprego.
Anteontem, também no Congresso, o próprio presidente do Fed (o banco central americano), Alan Greenspan, demonstrou preocupação com a situação das contas públicas dos Estafos Unidos.
Nos últimos três anos, o Orçamento americano deixou de ser superavitário e começou a ter déficits crescentes. A guerra contra o Iraque, por exemplo, foi financiada com um déficit adicional de US$ 80 bilhões aprovado em regime de urgência pelo Congresso.
Além do governo federal, os Estados e municípios americanos também estão se endividando mais. Nos últimos 12 meses, a dívida pública não-federal americana aumentou 14%, segundo dados do Fed.
A velocidade do endividamento foi a maior entre todos os segmentos da economia americana, incluindo o governo federal e o setor corporativo.
Os pontos centrais do corte são a diminuição para 15% do imposto sobre dividendos e ganhos de capital por um prazo de cinco anos e a isenção de impostos, até 2005, sobre investimentos de pequenas empresas até o limite de US$ 100 mil.


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