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TESOURO DO IMPÉRIO
Parlamentares limitam o corte de impostos a US$ 350 bi
Congresso impõe derrota a Bush
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O Congresso norte-americano
chegou ontem a um acordo e limitou a US$ 350 bilhões o corte de
impostos proposto pelo governo
para os próximos dez anos.
A decisão foi uma derrota para
o presidente George W. Bush, que
havia pedido inicialmente a redução de US$ 726 bilhões. A medida
deve aumentar o rombo no Orçamento deste ano, projetado para
superar US$ 400 bilhões.
Bush foi pessoalmente ao Congresso para pressionar os parlamentares. ""O princípio da medida é simples: se mais gente tiver
dinheiro no bolso, será mais fácil
encontrar emprego na América",
disse o presidente.
O corte de impostos tornou-se a
principal bandeira econômica de
Bush. Ele tem pela frente uma
campanha à reeleição e uma economia à beira da estagnação. Durante seu governo, 2,3 milhões de
americanos perderam o emprego.
Anteontem, também no Congresso, o próprio presidente do
Fed (o banco central americano),
Alan Greenspan, demonstrou
preocupação com a situação das
contas públicas dos Estafos Unidos.
Nos últimos três anos, o Orçamento americano deixou de ser
superavitário e começou a ter déficits crescentes. A guerra contra o
Iraque, por exemplo, foi financiada com um déficit adicional de
US$ 80 bilhões aprovado em regime de urgência pelo Congresso.
Além do governo federal, os Estados e municípios americanos
também estão se endividando
mais. Nos últimos 12 meses, a dívida pública não-federal americana aumentou 14%, segundo dados do Fed.
A velocidade do endividamento
foi a maior entre todos os segmentos da economia americana,
incluindo o governo federal e o
setor corporativo.
Os pontos centrais do corte são
a diminuição para 15% do imposto sobre dividendos e ganhos de
capital por um prazo de cinco
anos e a isenção de impostos, até
2005, sobre investimentos de pequenas empresas até o limite de
US$ 100 mil.
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