São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 2006

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TRABALHO

Fábricas da Volks vão parar por 24h na próxima semana

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Três unidades da Volkswagen vão parar por 24 horas na próxima semana em reação ao anúncio de reestruturação da montadora no país, que pode resultar na demissão de 5.773 trabalhadores nos próximos dois anos.
A paralisação vai afetar a produção de São Bernardo do Campo (ABC), Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR), onde trabalham 21 mil funcionários. Nesses locais, haverá ainda manifestações de rua envolvendo as famílias dos empregados.
Nas fábricas de São Carlos (SP) e Resende (RJ), onde não estão previstos cortes de pessoal, haverá protestos em solidariedade aos outros empregados.
"Daqui para a frente, haverá uma manifestação a cada semana. Vamos responder à reestruturação com luta", disse José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT).
A Volkswagen preferiu não comentar as decisões dos trabalhadores.
Os sindicalistas entregam hoje à montadora um documento em que se negam a discutir qualquer assunto relativo à reestruturação de forma isolada. A Volks já havia convocado os sindicatos de Taubaté e do ABC para uma reunião hoje, além de agendar encontro com os trabalhadores de São José dos Pinhais na quinta-feira e de São Carlos no dia 30.
"Vamos combater essa tentativa de colocar trabalhadores de uma unidade contra os de outra", diz Claudio Gramm, que representa dos trabalhadores da Volkswagen no Paraná.
Trabalhadores da VW em 22 países decidiram marcar um dia de protesto mundial, em que usarão faixas ou adesivos contra a reestruturação proposta pela empresa para evitar prejuízos com as exportações. A montadora alega que a valorização do real agravou a situação das exportações, por isso será necessário reduzir custos com pessoal em torno de 25%.
"A Volkswagen quer ter lucro arrancando o couro dos trabalhadores", diz Feijóo. "Seria um sonho [conseguir fazer uma paralisação mundial em todas as 44 unidades da VW em 22 países]. Mas precisamos ter o pé no chão."
Onze entidades que representam 100 mil empregados da VW assinaram um manifesto no México contra as decisões da montadora.


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