|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Fábricas da Volks vão parar por 24h na próxima semana
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Três unidades da Volkswagen vão parar por 24 horas
na próxima semana em reação ao anúncio de reestruturação da montadora no país,
que pode resultar na demissão de 5.773 trabalhadores
nos próximos dois anos.
A paralisação vai afetar a
produção de São Bernardo
do Campo (ABC), Taubaté
(SP) e São José dos Pinhais
(PR), onde trabalham 21 mil
funcionários. Nesses locais,
haverá ainda manifestações
de rua envolvendo as famílias dos empregados.
Nas fábricas de São Carlos
(SP) e Resende (RJ), onde
não estão previstos cortes de
pessoal, haverá protestos em
solidariedade aos outros empregados.
"Daqui para a frente, haverá uma manifestação a cada
semana. Vamos responder à
reestruturação com luta",
disse José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT).
A Volkswagen preferiu não
comentar as decisões dos
trabalhadores.
Os sindicalistas entregam
hoje à montadora um documento em que se negam a
discutir qualquer assunto relativo à reestruturação de
forma isolada. A Volks já havia convocado os sindicatos
de Taubaté e do ABC para
uma reunião hoje, além de
agendar encontro com os
trabalhadores de São José
dos Pinhais na quinta-feira e
de São Carlos no dia 30.
"Vamos combater essa
tentativa de colocar trabalhadores de uma unidade
contra os de outra", diz Claudio Gramm, que representa
dos trabalhadores da Volkswagen no Paraná.
Trabalhadores da VW em
22 países decidiram marcar
um dia de protesto mundial,
em que usarão faixas ou adesivos contra a reestruturação
proposta pela empresa para
evitar prejuízos com as exportações. A montadora alega que a valorização do real
agravou a situação das exportações, por isso será necessário reduzir custos com
pessoal em torno de 25%.
"A Volkswagen quer ter lucro arrancando o couro dos
trabalhadores", diz Feijóo.
"Seria um sonho [conseguir
fazer uma paralisação mundial em todas as 44 unidades
da VW em 22 países]. Mas
precisamos ter o pé no chão."
Onze entidades que representam 100 mil empregados
da VW assinaram um manifesto no México contra as decisões da montadora.
Texto Anterior: Trading nega e Daslu não comenta Próximo Texto: Mulher chefia mais lares e trabalha mais; renda cai Índice
|