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Juro futuro sobe e põe em dúvida queda da taxa Selic
Papel com vencimento
em janeiro fecha a 15,37%
DA REPORTAGEM LOCAL
A elevação das projeções futuras para os juros brasileiros
trouxe dúvidas no que se refere
às próximas decisões do Copom. Ontem, os juros futuros
não escaparam do mau dia que
afetou os negócios em todo o
mundo e fecharam em alta em
todos os contratos.
O papel DI -Depósito Interfinanceiro, que mostra as projeções futuras para os juros-
mais negociado, que vence em
janeiro de 2008, fechou ontem
com taxa de 15,37%. No dia 10,
esse contrato pagava taxa de
14,67%. Na sexta-feira, havia
fechado a 15,10%.
A elevação dos juros na
BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros) mostra que os investidores já não vêem com
tanta tranqüilidade a continuidade do processo de queda da
taxa básica.
A taxa básica da economia, a
Selic, está em 15,75% anuais.
Segundo projeções do mercado
colhidas em pesquisa periódica
realizada pelo Banco Central, a
Selic pode chegar ao fim de
2006 em 14% anuais.
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) está marcada para
os dias 30 e 31 deste mês. Por
enquanto, analistas não afirmam que o Copom irá deixar de
reduzir os juros básicos, nessa
que será sua última reunião no
primeiro semestre.
A grande dúvida é se, com as
chances de os juros seguirem
em alta nos Estados Unidos
-preocupação que tem feito
com que investidores vendam
ativos de emergentes-, o Copom encontrará espaço para
manter o processo de corte da
taxa básica brasileira.
Ao menos por enquanto, o
mercado futuro de juros não
mostra mudança drástica nas
apostas para o Copom. Os investidores se dividem entre a
expectativa de um corte de 0,50
ponto percentual e um de 0,75
ponto.
No contrato DI que vence no
próximo mês, a taxa subiu de
15,31% na sexta-feira para
15,36% ontem.
Comentários de peso
Ontem, o diretor-gerente do
FMI (Fundo Monetária Internacional), Rodrigo de Rato, disse que o Fed (o banco central
dos EUA) pode precisar elevar
mais a taxa básica norte-americana, dependendo da evolução
das condições econômicas nos
Estados Unidos.
Richard Fisher, presidente
do Fed regional de Dallas, afirmou que a inflação americana
ainda está muito alta e que o
Fed tem cerca de um mês para
avaliar o impacto da atual política monetária.
Esses comentários foram
apontados pelos analistas como os principais pontos que
desestabilizaram o mercado internacional ontem.
Uma redução mais forte dos
juros brasileiros, acompanhada
de uma elevação das taxas nos
EUA e nos países desenvolvidos, poderia espantar ainda
mais os investidores estrangeiros do mercado local.
Por isso, mesmo que o Copom cumpra o esperado e corte
a Selic em sua reunião da próxima semana, a continuidade
desse processo de redução poderia estar comprometida.
A alta recente do dólar diante
do real também pode prejudicar o ciclo de queda dos juros
brasileiros, pois a pressão cambial acaba por ser repassada aos
índices de preços.
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