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Indústria de SP produz, vende e exporta mais
43% das empresas devem elevar produção, contra 28% no mesmo mês de 2006
Expansão do crédito, aumento da massa real de salários e redução dos juros impulsionam
setor, segundo o Ciesp
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A performance da indústria
paulista neste mês está melhor
do que a de maio do ano passado em produção, vendas e exportação, segundo consulta feita a 724 empresas pelo Ciesp
(Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para 43% das indústrias, haverá aumento de produção neste mês. Para 42%, expansão de
vendas no mercado interno.
Em maio de 2006, 28% das empresas previam crescimento de
produção, e 29%, de vendas.
Expansão do crédito, aumento da massa real de salários e redução, ainda que gradual, das
taxas de juros estão puxando o
consumo e, conseqüentemente, a produção das fábricas.
"Evidentemente o desempenho dos setores não é uniforme. As indústrias têxteis, de
vestuário e de calçados, por
exemplo, sofrem os efeitos do
real valorizado. As indústrias
de alimentos e bebidas já reagiram com a melhora da renda e
do emprego", afirma Claudio
Vaz, presidente do Ciesp.
As vendas para o mercado externo também estão mais aceleradas neste mês do que em
maio do ano passado, segundo
o levantamento do Ciesp. Para
26% das empresas consultadas,
haverá aumento nas exportações neste mês. Em maio do
ano passado, 18% falavam em
alta das vendas externas.
Apesar de a taxa de câmbio
ser desfavorável às exportações, na avaliação de Vaz, as indústrias estão se adaptando para não perder clientes no exterior. "As empresas que conseguiram se manter estão mais
competitivas, apesar de outras
terem desistido de exportar."
O fato de as indústrias terem
melhor desempenho de vendas, produção e exportação não
significa que vão ampliar a contratação de pessoal. O levantamento do Ciesp mostra que
70% das empresas não têm intenção de contratar mais empregados neste mês.
Mas a situação para o emprego já esteve pior. Em consulta a
empresários feita em outubro
do ano passado pelo Ciesp, 86%
das empresas informaram que
não tinham intenção de elevar
o número de funcionários.
"A indústria optou por aumentar a produtividade, o que
significa elevar a produção com
o mesmo número de funcionários. Isso porque o custo da
mão-de-obra continua muito
elevado no país, especialmente
quando a comparação é feita
com a China. As indústrias têxteis e de calçados, para elevar a
produtividade, têm até que demitir", diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Na opinião de Vale, o ritmo
atual de produção da indústria
brasileira deve se manter neste
ano e no próximo. Não deve haver mudança significativa na
taxa de câmbio, e a China deve
continuar pressionando para
baixo os preços de alguns produtos, na avaliação do economista, que estima que a produção industrial deva crescer ao
redor de 4% neste ano.
Fim do "stop and go"
Para Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, a indústria vive uma situação mais
favorável neste ano "porque
parece que a fase de crescimentos curtos do país -conhecida
como "stop and go"- acabou.
"Os indicadores mostram que o
país deve passar por ciclos mais
duradouros de crescimento."
Para ele, a produção industrial
deve crescer 4,5% neste ano.
Para 2008, na sua avaliação, o
crescimento da indústria dependerá da taxa de juros.
"Quanto mais os juros caem,
maior a possibilidade de a produção subir", afirma.
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