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Com o petróleo em alta, Ford vê cenário pior nos Estados Unidos
DA REDAÇÃO
A Ford disse ontem que deve
diminuir sua produção de veículos nos Estados Unidos e que
não espera mais retornar a operar no azul já no ano que vem. A
explicação, de acordo com a
montadora, são os altos preços
do barril de petróleo.
Um dos problemas da empresa é que boa parte da sua
produção ainda é formada por
carros grandes, como picapes e
SUVs (utilitários esportivos),
que consomem muita gasolina
e estão afastando cada vez mais
os consumidores devido aos
aumentos do preço do combustível e à desaceleração da economia dos Estados Unidos.
A montadora, que não descartou novas demissões de funcionários e fechamento de fábricas, disse que espera que o
preço da gasolina continue alto
no ano que vem e que irá priorizar a fabricação de veículos
mais econômicos.
Agora ela também diz que as
mudanças no gosto do consumidor americano é algo estrutural, e não cíclico. "Nós vimos
uma mudança real na demanda
da indústria por picapes e utilitários nas primeiras duas semanas deste mês", afirmou o
presidente-executivo da Ford,
Alan Mulally. "Parece que chegamos a um momento crucial."
A terceira maior montadora
mundial, atrás de General Motors e Toyota, afirmou que pretende reduzir sua produção na
América do Norte em 15% neste trimestre, de 15% a 20% nos
três meses seguintes e entre 2%
e 8% de outubro a dezembro
-a maior parte dos cortes será
na fabricação de picapes e
SUVs. Ela também disse que
pretende acelerar seu plano de
introduzir nos Estados Unidos
carros menores fabricados na
Europa ou na América do Sul.
A empresa, que ganhou US$
100 milhões no primeiro trimestre do ano (depois de perder mais de US$ 15 bilhões entre 2006 e 2007), falou que,
com o panorama da economia
americana, espera ficar zerada
no ano que vem -a expectativa
anterior era que ela voltasse a
lucrar já em 2009.
A alta dos preços do petróleo
tem produzido efeitos negativos em outras grandes companhias globais. A Air France-KLM disse que seu lucro neste
ano pode ser um terço do esperado e que pode ocorrer uma
profunda reestruturação na
aviação mundial devido à "explosão" na cotação do petróleo.
Anteontem, a American Airlines, a maior companhia aérea
dos Estados Unidos, anunciou
que passará a cobrar US$ 15 de
passageiros pelo transporte de
bagagens, serviço que antes era
gratuito.
A cotação do barril de petróleo teve ontem a sua primeira
queda após cinco sessões seguidas de alta. A commodity chegou a valer mais de US$ 135 no
início das operações da Bolsa
de Nova York, mas terminou o
dia valendo US$ 130,81, quase
US$ 3 menos do que no pregão
anterior. Em Londres, o preço
do barril caiu mais de US$ 2 em
relação à sessão de quarta e encerrou as negociações cotado a
US$ 130,51.
Com agências internacionais
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