São Paulo, sábado, 23 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

análise

EUA precisam voltar atenção para sua moeda

DO "FINANCIAL TIMES"

Acabou o tempo em que um funcionário americano podia dizer, como no governo de Richard Nixon: "O dólar pode ser nossa moeda, mas isso é problema seu". Parece passado também a colocação do atual secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, em janeiro, quando ele acusava a China de manipular seu câmbio.
Os acontecimentos seguintes obrigaram o Tesouro a olhar para os problemas internos. O dólar comercial caiu 10% após atingir, em março, seu pico em três anos, o que levou Geithner a dizer que sua "obrigação básica" é implementar políticas que garantam a confiança "em nossa moeda, que manteremos um dólar forte".
Um dólar forte é certamente de interesse dos EUA. Mas a vantagem de se financiar emitindo abundantes IOUs ("eu devo a vocês") agora enfrenta o seu maior teste, com o déficit orçamentário dos EUA atingindo 13% do PIB e obrigações não financiadas alcançando quatro vezes o tamanho do PIB. Bill Gross, da Pimco, diz que não demorará muito para os EUA perderem a classificação máxima de sua nota de crédito. Alguns até se referem ao "peso americano".
A China, por exemplo, deixou claro o seu ponto de vista ao chamar de "política equivocada" a decisão do Fed de imprimir dinheiro para comprar títulos do Tesouro.
E, apesar de nenhuma moeda aparecer ainda como séria rival, os credores precisam de garantias de que os EUA valorizam a solvência de longo prazo. Senão, o status especial do dólar acabará.


Texto Anterior: Temor sobre dívida dos EUA derruba dólar
Próximo Texto: BC volta atrás em decisão sobre divulgação de dado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.