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Valorização do real é "preocupante", diz Mantega
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A recente valorização do real
ante o dólar -ocorrida principalmente com a volta do fluxo
da moeda americana ao país,
trazida por investidores estrangeiros- é "preocupante",
mas um sinal da "robustez" do
país, disse ontem o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, em
seminário sobre a crise econômica realizado em São Paulo.
O ministro disse que, após o
"tombo" do último trimestre de
2008 (queda de 3,6% do PIB), a
economia brasileira já dá bons
sinais, com recomposição de
crédito e melhora de indicadores -como o de emprego, com
106 mil vagas criadas em abril.
"Na primeira melhora que
deu lá fora, você já tem um forte
fluxo de capitais para o Brasil."
Resultado disso, afirma, é o fortalecimento do real ante o dólar
-agora, fonte de preocupação,
por "atrapalhar os setores produtivos, exportadores etc.".
Para evitar maior desvalorização do dólar ante o real, Mantega disse que o Banco Central
já atua na compra de dólares
para recompor reservas internacionais e na manutenção da
queda nas taxas de juros. A recomposição de crédito, apesar
de já ter melhorado, "ainda não
é a ideal", ressaltou.
Apesar de "o pior da crise" já
ter passado, segundo o ministro, o "spread" e a taxa de juros
ainda são altos e é neles que as
ações do governo devem se direcionar nos próximos meses.
"O BC tem sinalizado que vai
dar continuidade à queda dos
juros, creio que essa é a direção
correta. Mas temos de reduzir
mais fortemente o "spread" de
todos os bancos, privados e públicos. E é o que vamos fazer
nos próximos meses", disse,
sem detalhar planos.
Para Mantega, o Brasil já está
"em vias de recuperação". "[Em
2010], países como o Brasil já
poderão alcançar crescimento
de 4% ou 5%, voltando ao crescimento do ano passado."
A análise otimista foi feita
após fala do Prêmio Nobel Nouriel Roubini, para quem a recuperação das economias -mesmo emergentes- será lenta e se
arrastará por dois anos. Roubini disse que o Brasil deve ter
crescimento zero neste ano,
mas pode ter retração de 1%.
Ontem, Mantega voltou a dizer que o quarto trimestre já fechará com PIB em alta de 3% a
4% -no ano, haverá alta de 1%.
Na semana passada, o ministro
havia admitido a possibilidade
de a economia brasileira crescer zero em 2009.
Para o ministro, a força da
economia do país reside na baixa dependência do comércio
internacional, na quantidade
de reservas e na expansão do
mercado interno, graças à massa salarial conquistada. "Os setores que deverão crescer mais
[em 2009] são os voltados para
o mercado interno."
Questionado, Mantega negou a possibilidade de reduzir a
meta de inflação em 2011. Até
2010, a meta é de 4,5%.
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