São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Com temor sobre crédito nos EUA, dólar vai a R$ 1,943

Bolsa de NY recua 1,37%, e Bovespa perde 0,71%

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar comercial teve ontem forte alta de 1,4% e voltou à casa de R$ 1,943 por conta da piora nos mercados internacionais, novamente com a preocupação de novos estragos na indústria de fundos devido a empréstimos de alto risco no setor imobiliário americano.
Na semana, a moeda americana subiu 1,51%. O Banco Central comprou dólares no mercado à vista todos os dias e ajudou a sustentar a tendência de alta da divisa. Bancos pequenos também começaram a se adequar às novas regras de exigência de capital para operar no câmbio, que entram em vigor no dia 2. O BC elevou de 50% para 100% a exigência de capital em relação ao patrimônio para atuar no câmbio.
Nos EUA, cresceram as preocupações em torno dos créditos de alto risco do setor imobiliário, o chamado subprime. Bancos de investimento correram nesta semana para evitar a possível quebra de dois fundos do Bearn Stearns que investiam pesado nesses papéis. A estratégia foi leiloar ativos dos fundos para cobrir os prejuízos e os saques dos cotistas.
A preocupação agora é que outros fundos estejam com problemas semelhantes e que aproveitem a abertura deste mercado de venda de títulos para se livrarem do mesmo risco. "Vamos continuar olhando o impacto da [eventual] quebra dos fundos da Bearn Stearns. A preocupação é que outros fundos estejam na mesma situação", disse José Francisco Gonçalves, do Banco Fator.
"Todos são cautelosos quando se fala em hedge funds, que movimentam quantias gigantes. Há o risco de contaminação", disse Elson Teles, economista da Concórdia.
A Bolsa de Nova York teve forte baixa de 1,37% no índice Dow Jones e de 1,29% no S&P 500. Os títulos de dez anos do governo americano foram negociados com juros de 5,138%, com baixa de 0,48%.
Já a Bovespa teve baixa menor ontem, de 0,71%. O Ibovespa encerra a semana de volta aos 54.267 pontos, com perdas acumuladas de 0,46%.
Operadores também voltaram a especular ontem sobre a possibilidade de um novo aumento nos juros na China, que seria coordenado com os bancos centrais de outros países, como México e Canadá.
Também afetou o ritmo dos negócios a alta nos preços do petróleo, que retornou ao patamar de US$ 69,50 o barril. Investidores também estão apreensivos com a reunião do Federal Reserve (o BC dos EUA), que deve manter os juros em 5,25% na próxima quinta.


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