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Com temor sobre crédito nos EUA, dólar vai a R$ 1,943
Bolsa de NY recua 1,37%, e Bovespa perde 0,71%
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar comercial teve ontem forte alta de 1,4% e voltou à
casa de R$ 1,943 por conta da
piora nos mercados internacionais, novamente com a preocupação de novos estragos na indústria de fundos devido a empréstimos de alto risco no setor
imobiliário americano.
Na semana, a moeda americana subiu 1,51%. O Banco Central comprou dólares no mercado à vista todos os dias e ajudou a sustentar a tendência de
alta da divisa. Bancos pequenos
também começaram a se adequar às novas regras de exigência de capital para operar no
câmbio, que entram em vigor
no dia 2. O BC elevou de 50%
para 100% a exigência de capital em relação ao patrimônio
para atuar no câmbio.
Nos EUA, cresceram as preocupações em torno dos créditos
de alto risco do setor imobiliário, o chamado subprime. Bancos de investimento correram
nesta semana para evitar a possível quebra de dois fundos do
Bearn Stearns que investiam
pesado nesses papéis. A estratégia foi leiloar ativos dos fundos para cobrir os prejuízos e os
saques dos cotistas.
A preocupação agora é que
outros fundos estejam com
problemas semelhantes e que
aproveitem a abertura deste
mercado de venda de títulos
para se livrarem do mesmo risco. "Vamos continuar olhando
o impacto da [eventual] quebra
dos fundos da Bearn Stearns. A
preocupação é que outros fundos estejam na mesma situação", disse José Francisco Gonçalves, do Banco Fator.
"Todos são cautelosos quando se fala em hedge funds, que
movimentam quantias gigantes. Há o risco de contaminação", disse Elson Teles, economista da Concórdia.
A Bolsa de Nova York teve
forte baixa de 1,37% no índice
Dow Jones e de 1,29% no S&P
500. Os títulos de dez anos do
governo americano foram negociados com juros de 5,138%,
com baixa de 0,48%.
Já a Bovespa teve baixa menor ontem, de 0,71%. O Ibovespa encerra a semana de volta
aos 54.267 pontos, com perdas
acumuladas de 0,46%.
Operadores também voltaram a especular ontem sobre a
possibilidade de um novo aumento nos juros na China, que
seria coordenado com os bancos centrais de outros países,
como México e Canadá.
Também afetou o ritmo dos
negócios a alta nos preços do
petróleo, que retornou ao patamar de US$ 69,50 o barril. Investidores também estão
apreensivos com a reunião do
Federal Reserve (o BC dos
EUA), que deve manter os juros
em 5,25% na próxima quinta.
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