São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Metade espera queda na exportação, diz Ciesp

DA REPORTAGEM LOCAL

Quase metade das indústrias consultadas na pesquisa do Ciesp espera queda nas exportações neste mês. Apesar de o percentual ser elevado (48%), se mantém no mesmo patamar do resultado de junho de 2006 ante junho de 2005.
"Não aumentou o número de empresas que acreditam que a situação deva se agravar. Portanto, quem está com problema para exportar continuará tendo. Quem não está continuará exportando", diz Carlos Cavalcanti, economista do centro.
Mesmo nos setores mais prejudicados pelo câmbio -caso de calçados e têxtil- a situação tende a se estabilizar. "As empresas estão fazendo esforço para enfrentar o problema cambial, reestruturando sua produção e definindo novos produtos", diz Saulo Pucci Bueno, empresário do setor de calçados e vice-presidente do Ciesp. Para obter melhores resultados, as empresas redirecionam a produção para novos mercados e reduzem turnos.
Com 12 unidades e 2.200 funcionários, a indústria Amazonas, fornecedora de solados, saltos e componentes para calçados, espera estabilidade nos negócios neste mês e "ligeiro" crescimento a partir de agosto. "Até dezembro deve haver forte concentração no mercado interno, que será disputado a "cotoveladas", para não dizer "a tapas". A partir de 2008, quem tiver preço e design para oferecer ao mercado deve enfrentar uma situação melhor", diz Pucci, um dos sócios da Amazonas.
Entre as empresas que responderam que esperam queda nas exportações, 22% disseram que a previsão é a de redução acentuada. Para quase um terço, a expectativa de exportação se mantém estável neste mês em relação a junho de 2006.

PAC
Sete em cada dez empresas responderam que não sentiram ainda nenhum impacto nas condições de infra-estrutura do país após o anúncio do PAC em janeiro. Segundo Cavalcanti, chama a atenção o fato de 14% das 641 empresas consultadas terem dito que as condições de infra-estrutura são insatisfatórias e tendem a piorar.
"Isso revela a descrença em relação ao governo e deve servir de alerta. A falta de perspectiva na melhora na infra-estrutura pode levar a inibição dos investimentos. É preocupante o que isso representa em termos de perda de competitividade para a indústria brasileira", afirma o economista. (CR)

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