|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aberturas de capital voltarão, diz executivo
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Scott Cutler, vice-presidente
da Bolsa de Nova York, está em
sua segunda passagem pelo
Brasil no ano. Ele vem visitar as
companhias nacionais já listadas no mercado americano e
cortejar outras que potencialmente podem fazê-lo.
Na sua opinião, se as primeiras empresas a abrir capital depois de uma crise são grandes e
têm sucesso, encorajam outras
a seguir pelo mesmo caminho.
Leia abaixo trechos da entrevista que ele concedeu ontem à
Folha, durante o 11º Encontro
Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, em São Paulo.
FOLHA - A BM&FBovespa quer ser,
no futuro, uma das principais Bolsas
em nível mundial. O senhor acha
que essa meta é factível?
SCOTT CUTLER - A BM&FBovespa tem um forte negócio de
"clearing" e está bem posicionada no segmento de derivativos.
Vai ser a melhor praça regional.
Acho que, no longo prazo, é
uma questão de saber se a Bolsa
realmente quer atuar globalmente, o que é diferente de
atuar localmente.
FOLHA - Mas a BM&FBovespa já
disse claramente que esse é o seu
objetivo. Por que uma empresa canadense ou mexicana deveria querer ser listada na Bolsa de Nova York,
e não na brasileira?
CUTLER - Acho que os mercados
já são globais. A BM&FBovespa
querer ser parte do mercado internacional é o que toda Bolsa
quer. O negócio das Bolsas é
muito localizado -a maioria
dos países tem a sua, e as empresas abrem capital primeiro
na que está mais próxima para
depois olhar para outras praças. A Bolsa de Nova York é a
única que possui realmente
uma comunidade e uma rede
de negociação globais, o que
nos dá uma grande vantagem. A
nossa plataforma se estende
por mercados de elevada liquidez, como os EUA e a Europa.
FOLHA - Depois de meses de aridez, já vemos algumas empresas fazendo aberturas de capital. Esse é mesmo um bom momento?
CUTLER - O IPO [oferta inicial
de ações] da Visanet deve alcançar cerca de US$ 4 bilhões,
ou um quinto do que foi o da Visa, no ano passado. Isso mostra
que existe um grande interesse
por parte dos investidores, que
a empresa está sendo valorizada por ser do Brasil, e lança
uma boa base para novas operações. As empresas menores
olham para essas grandes captações e se perguntam se é possível e em que termos. Elas se
sentem encorajadas. No início
dos ciclos [de lançamentos de
ações], sempre há uma grande
companhia que abre capital
-como atravessaram bem as
turbulências, enfrentaram esse
teste, mostram-se mais fortes e
mais bem preparadas.
Texto Anterior: BC europeu ainda vê risco de turbulência Próximo Texto: VisaNet quer a maior operação do mundo no ano Índice
|