São Paulo, terça-feira, 23 de junho de 2009

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Aberturas de capital voltarão, diz executivo

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Scott Cutler, vice-presidente da Bolsa de Nova York, está em sua segunda passagem pelo Brasil no ano. Ele vem visitar as companhias nacionais já listadas no mercado americano e cortejar outras que potencialmente podem fazê-lo.
Na sua opinião, se as primeiras empresas a abrir capital depois de uma crise são grandes e têm sucesso, encorajam outras a seguir pelo mesmo caminho. Leia abaixo trechos da entrevista que ele concedeu ontem à Folha, durante o 11º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, em São Paulo.

 

FOLHA - A BM&FBovespa quer ser, no futuro, uma das principais Bolsas em nível mundial. O senhor acha que essa meta é factível?
SCOTT CUTLER
- A BM&FBovespa tem um forte negócio de "clearing" e está bem posicionada no segmento de derivativos. Vai ser a melhor praça regional. Acho que, no longo prazo, é uma questão de saber se a Bolsa realmente quer atuar globalmente, o que é diferente de atuar localmente.

FOLHA - Mas a BM&FBovespa já disse claramente que esse é o seu objetivo. Por que uma empresa canadense ou mexicana deveria querer ser listada na Bolsa de Nova York, e não na brasileira?
CUTLER
- Acho que os mercados já são globais. A BM&FBovespa querer ser parte do mercado internacional é o que toda Bolsa quer. O negócio das Bolsas é muito localizado -a maioria dos países tem a sua, e as empresas abrem capital primeiro na que está mais próxima para depois olhar para outras praças. A Bolsa de Nova York é a única que possui realmente uma comunidade e uma rede de negociação globais, o que nos dá uma grande vantagem. A nossa plataforma se estende por mercados de elevada liquidez, como os EUA e a Europa.

FOLHA - Depois de meses de aridez, já vemos algumas empresas fazendo aberturas de capital. Esse é mesmo um bom momento?
CUTLER
- O IPO [oferta inicial de ações] da Visanet deve alcançar cerca de US$ 4 bilhões, ou um quinto do que foi o da Visa, no ano passado. Isso mostra que existe um grande interesse por parte dos investidores, que a empresa está sendo valorizada por ser do Brasil, e lança uma boa base para novas operações. As empresas menores olham para essas grandes captações e se perguntam se é possível e em que termos. Elas se sentem encorajadas. No início dos ciclos [de lançamentos de ações], sempre há uma grande companhia que abre capital -como atravessaram bem as turbulências, enfrentaram esse teste, mostram-se mais fortes e mais bem preparadas.


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