São Paulo, terça-feira, 23 de junho de 2009

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Liderança teme que dinheiro não chegue ao campo

GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO

Lideranças do setor rural apoiaram o Plano Agrícola e Pecuário 2009/10, mas temem que boa parcela do volume recorde de recursos para financiamento da nova safra fique longe do campo, a exemplo do que ocorre no atual ano agrícola, quando 20% a 25% do dinheiro disponível deixou de ser usado.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, afirmou que o plano tem avanços "não apenas no volume de recursos, mas em mecanismos para alocá-los".
O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, saudou o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ideia de um fundo garantidor do agronegócio -a exemplo do que existe para pequenas empresas e no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida, notícia que a Folha antecipou anteontem.
É preciso definir de onde vêm os recursos e o total disponível, afirmou Ramalho. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) espera valor na faixa de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões.
"Se já foram criados fundos para outros segmentos da economia, por que não para o agronegócio, que representa um terço do PIB?", disse, por meio de nota, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
O deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), coordenador político da Frente Parlamentar da Agropecuária, lembrou que o setor tem alto estoque de dívidas, estimado em R$ 120 bilhões.
Para que esse número não dispare, afirmou que o setor pode se beneficiar do aprimoramento do seguro rural e da redução da dependência de fertilizantes importados.
Sobre o seguro rural, Micheletto espera que no próximo mês o relatório do Fundo de Catástrofe seja votado no Congresso e, em agosto, siga para sanção da Presidência da República.
O congressista disse torcer para que a política para incentivar a produção nacional de fertilizantes saia do papel.
Segundo Fábio Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, essa é uma medida fundamental para diminuir pressões sobre o custo de produção.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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