São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 2002

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COLAPSO DA ARGENTINA

Missão orienta a reestruturação do sistema financeiro

"Notáveis" do FMI enfrentam protesto

DE BUENOS AIRES

Centenas de piqueteiros e membros de partidos de esquerda protestaram durante todo o dia de ontem contra a missão de "notáveis" estrangeiros que está em Buenos Aires para aconselhar o governo na restruturação do sistema financeiro.
A missão composta por quatro economistas -entre eles o ex-presidente do Banco Central alemão Hans Tietmeyer- foi designada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para resolver as divergências entre o Banco Central, o Ministério da Economia e o Fundo em relação às soluções para o sistema bancário local.
Os piqueteiros consideraram a vinda dos economistas uma intervenção "inaceitável" na economia argentina. Por isso, eles marcharam da praça de Maio até o hotel onde estão hospedados os "notáveis", em um protesto sem incidentes violentos.
Já os economistas estiveram durante o dia de ontem reunidos com o presidente Eduardo Duhalde e com membros da equipe econômica. Também participou de reuniões John Thornton, o enviado do FMI que está no país.
Eles avaliaram o plano do Ministério da Economia, que considera impossível reduzir as restrições para o saque de depósitos bancários enquanto houver a possibilidade de fuga de recursos por meio de processos judiciais.
Para o ministro Roberto Lavagna (Economia), ações judiciais devem permitir a liberação de 6 bilhões de pesos dos bancos até o final do ano. Por isso, abrir o "corralito" provocaria maior demanda por dólar e inflação. Já o presidente do BC, Aldo Pignanelli, acredita ser possível acabar imediatamente com as restrições para o saque de contas correntes e cadernetas de poupança de até 10 mil pesos, uma medida que beneficiaria 70% dos correntistas.
As divergências detonaram na semana passada uma onda de boatos sobre a renúncia de Lavagna. Até o momento, o FMI não se posicionou a favor de nenhuma das propostas. Mas exige um plano para a recuperação da confiança no sistema para liberar nova ajuda financeira ao país. (JS)


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