São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

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Ata de reunião do Copom é evento mais aguardado

Nos EUA, divulgação do PIB do 2º tri é principal destaque

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de não ser tão intensa quanto a da semana passada, a agenda de eventos econômicos dos próximos dias vai trazer importantes dados para o mercado financeiro balancear as suas apostas.
A ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) da semana passada poderá servir para os investidores ajustarem suas posições no mercado futuro de juros da BM&F. A maioria dos analistas espera que a partir de seu próximo encontro o Copom passe a reduzir a taxa básica da economia em apenas 0,25 ponto percentual.
A ata irá apresentar as justificativas dos dirigentes do Copom para que a taxa básica tenha sido reduzida de 12% para 11,5% na semana passada. O que chamou a atenção na decisão foi que quatro dos representantes do Copom optaram por um corte de 0,50 ponto, e os outros três preferiam que a taxa tivesse caído 0,25 ponto.
"A agenda econômica da semana reserva importantes indicadores, concentrados na quinta e na sexta. No cenário interno, teremos a divulgação da ata da última reunião do Copom, podendo sinalizar o posicionamento do Banco Central em relação às metas de inflação [destacadamente as de 2009] e indícios para a decisão de setembro", diz análise elaborada pela corretora Coinvalores.
Nos Estados Unidos, a divulgação do "livro bege" -compilação de dados econômicos americanos feita pelo banco central do país-, na quarta-feira, vai receber especial atenção dos agentes do mercado.
O futuro da economia americana tem se mostrado ainda incerto. Os analistas não conseguem ter certeza se haverá espaço para os juros serem cortados no país ainda neste ano.
O "livro bege" trará um cenário mais amplo sobre como a maior economia do mundo tem se comportado.
Para países emergentes, como o Brasil, um aquecimento acima do desejado nos EUA não é positivo, pois pode ser combatido com elevação de juros. E, se as taxas sobem nos EUA, investidores ficam tentados a venderem ativos (títulos, ações etc.) de emergentes.
Ainda sobre a economia dos Estados Unidos, a semana trará, na sexta, a divulgação da primeira prévia do desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) do país no segundo trimestre de 2007.
"O PIB americano do segundo trimestre será o destaque da agenda externa. O indicador poderá mostrar sustentabilidade do crescimento moderado para os próximos períodos, podendo repercutir positivamente sobre os mercados e manter o bom humor dos agentes", completa a Coinvalores.

Quedas moderadas
Após o corte de 0,50 ponto na semana passada, a projeção predominante no mercado financeiro é a de que a taxa básica brasileira seja reduzida de forma mais branda nos próximos meses.
Ainda restam três reuniões do Copom a serem feitas em 2007. A próxima está marcada para os dias 4 e 5 de setembro.
As projeções apontam que deverão acontecer ainda três cortes de 0,25 ponto nos encontros, levando a taxa Selic a 10,75% em dezembro.
"O aumento do número de diretores favoráveis a um corte de 0,25 ponto não deve ser desprezado, pois sinaliza um Copom menos confiante em relação ao espaço para novas quedas de 0,50 ponto. No entanto, como o Banco Central fez questão de ressaltar em seu último comunicado, a decisão do próximo Copom é muito dependente da evolução do cenário macroeconômico até lá", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.


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