São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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Para analistas, oferta indica ambição menor

DE GENEBRA

A oferta americana de fixar o teto de seus subsídios agrícolas no patamar de US$ 15 bilhões, próximo ao máximo incluído no documento em discussão, é o prenúncio de que a Rodada Doha está caminhando para um resultado bem menos ambicioso do que o estabelecido originalmente. Segundo especialistas em comércio, o mais preocupante foi a sinalização política que a proposta representa para os demais países.
"O número oferecido sinaliza que os americanos estão jogando pela pouca ambição", disse André Nassar, do Ícone (Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais). "Meu medo é que o gesto americano leve outros países a adotarem a mesma estratégia."
Segundo ele, o próprio governo brasileiro trabalha com essa hipótese, preparando-se para ceder menos em cortes de tarifas industriais, caso receba menos acesso aos mercados agrícolas dos países ricos.
Carin Smaller, do Instituto de Política Agrícola e Comercial, de Genebra, concorda. Para ela, a proposta dos EUA foi um "erro de cálculo", pois colocou as negociações em ritmo lento. "Se os EUA tivessem aberto as discussões com proposta mais ambiciosa, poderiam alavancar as negociações." Smaller chamou a proposta americana de "absurda".
Previstas para irem até sábado, as reuniões podem entrar pela semana que vem. Diante das dificuldades em romper o impasse, a esperança é que novas propostas sejam apresentadas no fim se semana. A OMC já se prepara para uma segunda semana de negociações, segundo a Folha apurou. (MN)


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