São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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BC holandês dá aval para venda do Real

Autoridade monetária afirma que não se opõe à cisão do grupo ABN Amro entre os bancos Santander, Fortis e RBS
Negócio ainda segue em análise no BC brasileiro; futuro da marca não foi definido, mas produtos "verdes" serão mantidos

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central holandês liberou ontem a cisão mundial do ABN Amro entre Santander, Fortis e RBS -os membros do consórcio que arrematou o grupo holandês por cerca de 91 bilhões no ano passado. Aguardada desde o início de julho, a não-objeção ao negócio abre caminho no Brasil para o Santander iniciar a integração com o Banco Real.
Fábio Barbosa, atual presidente do Real, deve assumir o comando do Santander no Brasil ainda neste mês, conforme adiantou a Folha. A expectativa é que a posse aconteça na sexta, dia 25, quando também será anunciado o novo organograma do grupo no país.
José Paiva, interino na presidência do Santander, deverá ser o número 2 do banco. Até a saída do colombiano Gabriel Jaramillo, em fevereiro, Paiva era vice-presidente de Negócios e Marketing.
"O Banco Central Holandês emitiu a DNO (Declaração de Não-Objeção), que permite o desmembramento do Banco Real das operações do ABN, com matriz na Holanda. Com isso, o Santander fica autorizado a incorporar o Banco Real no Brasil, o que deverá ocorrer nos próximos dias. A princípio, as duas instituições continuam a operar separadamente e nada muda para seus funcionários e clientes", afirmou o Santander.
No Brasil, o BC ainda analisa o negócio, que foi aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em dezembro passado. A integração completa entre os dois bancos deve demorar três anos e prevê ganhos de 700 milhões em sinergia até 2010.
O banco afirma que não pretende abrir um programa de incentivo a demissões, como aconteceu na incorporação do Banespa, nem que terá cortes significativos de postos.
O Santander ainda não definiu o futuro da marca Real. O banco realiza pesquisas junto a clientes e ao público para avaliar a força do nome. Inicialmente, o banco descartava manter a marca, mas a idéia ganha adeptos importantes, e a marca Real poderá ser mantida ou associada à do Santander. Além de ser o nome da moeda brasileira, pode ser associado à monarquia espanhola.
Quanto à continuidade dos produtos socioambientais do Real, outra dúvida no mercado, Fábio Barbosa não só convenceu os espanhóis a manterem esses negócios como teve o aval para ampliá-los. O Real foi um dos primeiros bancos a associar sua imagem com a bandeira do desenvolvimento sustentável e a negociar créditos de carbono, financiar a adoção de fontes alternativas de energia e a conversão de automóveis para gás natural, entre outros.
José Berenger, que comandava a Tesouraria do Real, já responde pela vice-presidência de Atacado do Santander. Em abril, Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, também mudou do Real para o Santander, onde é o economista-chefe.


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