São Paulo, quinta-feira, 23 de julho de 2009

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Brasil é o 4º destino para investir, diz ONU

À frente do país estão China, Estados Unidos e Índia; a Rússia, outro membro do Bric, é o quinto, revela pesquisa da Unctad

Brasil melhorou de posição (era o quinto) em relação à sondagem de 2008 entre as economias mais atraentes para investimento externo


MARCELO NINIO
DE GENEBRA

Os quatro países emergentes que formam o Bric -Brasil, Rússia, China e Índia- estão entre os cinco destinos mais atraentes para o investimento estrangeiro nos próximos anos, mas a retomada dos fluxos globais só deve se consolidar a partir de 2011. Essas são algumas das conclusões da pesquisa anual de investimento da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), que consultou as maiores multinacionais do planeta sobre seus planos no exterior a médio prazo.
O Brasil melhorou de posição em relação à sondagem de 2008, ao superar a Rússia e passar da quinta para a quarta colocação entre as economias mais atraentes para investimentos externos. China, Estados Unidos e Índia, nessa ordem, lideram o ranking.
A pesquisa foi feita sob o pano de fundo de uma drástica redução nos investimentos globais no começo do ano.
Comparando com o mesmo período de 2008, no primeiro trimestre o fluxo de investimento estrangeiro direto caiu 54%, enquanto o montante de fusões e aquisições teve queda de 77%, afirma a Unctad.
"A má notícia é que, diante do impacto negativo da crise econômica e financeira e das grandes incertezas sobre sua evolução no curto prazo, grandes multinacionais de todo o mundo decidiram reduzir seus investimentos estrangeiros em 2009", disse James Zhan, diretor de investimento da Unctad.
Na pesquisa deste ano, 85% das 241 empresas ouvidas pela agência da ONU afirmaram que a desaceleração da economia mundial teve impacto negativo em seus planos de investimento. No ano passado, a porcentagem fora de 40%.
A boa notícia, prosseguiu Zhan, é que a pesquisa deste ano com os empresários revelou a expectativa de uma "recuperação progressiva" nos fluxos de investimento estrangeiro direto a partir de 2010, que ganhará corpo em 2011.
Isso é reflexo não apenas da perspectiva de retomada da economia mundial mas da "crescente internacionalização" das multinacionais, disse Zhan, acrescentando que essa tendência é observada em todas as regiões, principalmente nos países em desenvolvimento da Ásia.
Entre os principais destinos de investimento, Brasil e EUA melhoraram sua posição em relação ao ranking do ano passado. No caso do Brasil, Zhan disse que há entre os empresários uma percepção positiva sobre a resistência do país ao impacto da crise, além da contínua atratividade de setores como o extrativista e de biocombustíveis.


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