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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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FASE 2

Instituições financeiras como o Bradesco e o Itaú criam critérios diferentes para conceder empréstimos de baixo valor

Bancos diferenciam oferta de microcrédito

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A resolução do Banco Central que determina que os bancos concedam microcrédito a taxa de 2% ao mês é a única. Mas cada instituição financeira está adotando critérios diferentes na hora de conceder os empréstimos.
Algumas restringem o crédito apenas a certas categorias ou somente liberam o dinheiro para pequenos empreendedores rigorosamente selecionados. Outras instituições declaram que o simples fato de o requerente não ser inadimplente e ter menos de R$ 1.000 no banco é suficiente.
Os bancos estão obrigados, a partir deste mês, a escolher entre oferecer 2% dos depósitos à vista para microcrédito, repassar a quantia para outros bancos interessados em fazê-lo ou recolher o percentual no Banco Central, sem nenhuma remuneração.
O Bradesco, um dos primeiros a seguir a resolução e lançar linha de microcrédito, é um exemplo das restrições de instituições financeiras a empréstimos a uma taxa considerada não rentável.
A princípio, a instituição só libera o empréstimo -no máximo R$ 500- para os cerca de 447 mil clientes de cidades onde é o único banco presente. São 201 agências e 919 bancos postais.
Esses clientes representam 3,24% da base total do banco e devem ter pelo menos três meses de conta, menos de R$ 1.000 no banco e nenhuma restrição, como ser inadimplente.
Do dia 14 ao dia 21 deste mês, foram 1.296 operações, no valor total de R$ 627 mil, informa o vice-presidente do Bradesco, Décio Tenerello. O montante que o banco vai direcionar para microcrédito (carteira) é R$ 220 milhões.
Segundo o vice-presidente, se a carteira não for absorvida pelos clientes dessas cidades, será ampliada para o restante da rede de atendimento.
"A operação de microcrédito não é rentável. Essa taxa de 2% não paga custo de captação, de administração e de inadimplência", declara.
Já para o Itaú, que lançou microcrédito no início do mês, ter menos de R$ 1.000 e não ter registro em instituições como Serasa ou SPC é suficiente para a liberação de um valor que varia de R$ 100 a R$ 500, afirma a assessoria de imprensa do banco.
O banco não divulgou a carteira nem a quantia emprestada até agora por meio das linhas de microcrédito, que incluem pensionistas que recebem pelo Itaú.
Na quarta-feira, o banco lança microcrédito de até R$ 1.000 para empresas que tenham abaixo de R$ 10.000 no banco.
É visando apenas os empreendedores que o Santander organizou sua linha de microcrédito. Até agora, o banco só liberou empréstimos para escolhidos pelo Centro de Profissionalização de Adolescentes Padre Belo, em São Mateus (zona leste de São Paulo).
Cada caso é analisado separadamente, e apenas empreendedores recebem o empréstimo.
O Banco do Brasil, que lançou seu programa em 18 de agosto, está direcionando os empréstimos a princípio apenas para aposentados e pensionistas que recebam benefício pelo banco.
A Caixa Econômica Federal vai direcionar R$ 100 milhões para lançar o seu microcrédito até o final deste mês.


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