|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FASE 2
Instituições financeiras como o Bradesco e o Itaú criam critérios diferentes para conceder empréstimos de baixo valor
Bancos diferenciam oferta de microcrédito
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A resolução do Banco Central
que determina que os bancos
concedam microcrédito a taxa de
2% ao mês é a única. Mas cada
instituição financeira está adotando critérios diferentes na hora de
conceder os empréstimos.
Algumas restringem o crédito
apenas a certas categorias ou somente liberam o dinheiro para
pequenos empreendedores rigorosamente selecionados. Outras
instituições declaram que o simples fato de o requerente não ser
inadimplente e ter menos de R$
1.000 no banco é suficiente.
Os bancos estão obrigados, a
partir deste mês, a escolher entre
oferecer 2% dos depósitos à vista
para microcrédito, repassar a
quantia para outros bancos interessados em fazê-lo ou recolher o
percentual no Banco Central, sem
nenhuma remuneração.
O Bradesco, um dos primeiros a
seguir a resolução e lançar linha
de microcrédito, é um exemplo
das restrições de instituições financeiras a empréstimos a uma
taxa considerada não rentável.
A princípio, a instituição só libera o empréstimo -no máximo
R$ 500- para os cerca de 447 mil
clientes de cidades onde é o único
banco presente. São 201 agências
e 919 bancos postais.
Esses clientes representam
3,24% da base total do banco e devem ter pelo menos três meses de
conta, menos de R$ 1.000 no banco e nenhuma restrição, como ser
inadimplente.
Do dia 14 ao dia 21 deste mês, foram 1.296 operações, no valor total de R$ 627 mil, informa o vice-presidente do Bradesco, Décio
Tenerello. O montante que o banco vai direcionar para microcrédito (carteira) é R$ 220 milhões.
Segundo o vice-presidente, se a
carteira não for absorvida pelos
clientes dessas cidades, será ampliada para o restante da rede de
atendimento.
"A operação de microcrédito
não é rentável. Essa taxa de 2%
não paga custo de captação, de
administração e de inadimplência", declara.
Já para o Itaú, que lançou microcrédito no início do mês, ter
menos de R$ 1.000 e não ter registro em instituições como Serasa
ou SPC é suficiente para a liberação de um valor que varia de R$
100 a R$ 500, afirma a assessoria
de imprensa do banco.
O banco não divulgou a carteira
nem a quantia emprestada até
agora por meio das linhas de microcrédito, que incluem pensionistas que recebem pelo Itaú.
Na quarta-feira, o banco lança
microcrédito de até R$ 1.000 para
empresas que tenham abaixo de
R$ 10.000 no banco.
É visando apenas os empreendedores que o Santander organizou sua linha de microcrédito.
Até agora, o banco só liberou empréstimos para escolhidos pelo
Centro de Profissionalização de
Adolescentes Padre Belo, em São
Mateus (zona leste de São Paulo).
Cada caso é analisado separadamente, e apenas empreendedores
recebem o empréstimo.
O Banco do Brasil, que lançou
seu programa em 18 de agosto, está direcionando os empréstimos a
princípio apenas para aposentados e pensionistas que recebam
benefício pelo banco.
A Caixa Econômica Federal vai
direcionar R$ 100 milhões para
lançar o seu microcrédito até o final deste mês.
Texto Anterior: Automóveis: Bicombustíveis já têm 1% do mercado no país Próximo Texto: Frase Índice
|