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Foco
No Rio, ex-comandante da Varig vira taxista após
fim de pensão do Aerus
CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Quando ficou sabendo que
o fundo de pensão Aerus seria liquidado e que, a partir
de dezembro, não receberia
nem mais um tostão de lá, o
ex-comandante da Varig José Panaro Filho, 60, aposentado desde 1998, decidiu voltar a trabalhar.
Primeiro, tentou uma vaga
para voar pela VarigLog,
mas, como não conseguiu
nada, resolveu gastar R$ 140
mil e virar um dos 86 taxistas
da empresa Transcootour,
que faz ponto nos dois aeroportos do Rio e em shopping
centers da cidade.
"Sou casado e tenho dois
filhos para criar. Não posso
viver com os R$ 1.500 que
ganho do INSS. Até a crise da
Varig, recebia R$ 8.000 por
mês e era um aposentado feliz. Agora, tive que voltar a
trabalhar duro", contou o ex-comandante em entrevista
concedida à Folha.
Desde que virou taxista
-há apenas cinco dias-, Panaro acorda às 3h e vai para
o aeroporto Galeão, onde,
por volta das 6h, pousam os
primeiros aviões internacionais. Lá, costuma obter uma
ou duas viagens longas até o
centro ou a zona sul. Depois,
quando o fluxo diminui, corre para o aeroporto Santos
Dumont, onde faz ponto até
as 13h. Dedica as tardes às
viagens que têm origem no
shopping Rio Sul (zona sul).
A jornada de trabalho, que
só acaba por volta das 19h,
vem lhe rendendo cerca de
R$ 300 por dia e chega a 15
horas, mais longa do que na
aviação.
"Agora, no início, pretendo trabalhar sete dias por semana para poder tirar uns
R$ 5.000 por mês. Assim, somando com o INSS, vou conseguir chegar perto do que
ganhava como aposentado."
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