São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Texto Anterior | Índice

Foco

No Rio, ex-comandante da Varig vira taxista após fim de pensão do Aerus

CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Quando ficou sabendo que o fundo de pensão Aerus seria liquidado e que, a partir de dezembro, não receberia nem mais um tostão de lá, o ex-comandante da Varig José Panaro Filho, 60, aposentado desde 1998, decidiu voltar a trabalhar.
Primeiro, tentou uma vaga para voar pela VarigLog, mas, como não conseguiu nada, resolveu gastar R$ 140 mil e virar um dos 86 taxistas da empresa Transcootour, que faz ponto nos dois aeroportos do Rio e em shopping centers da cidade.
"Sou casado e tenho dois filhos para criar. Não posso viver com os R$ 1.500 que ganho do INSS. Até a crise da Varig, recebia R$ 8.000 por mês e era um aposentado feliz. Agora, tive que voltar a trabalhar duro", contou o ex-comandante em entrevista concedida à Folha.
Desde que virou taxista -há apenas cinco dias-, Panaro acorda às 3h e vai para o aeroporto Galeão, onde, por volta das 6h, pousam os primeiros aviões internacionais. Lá, costuma obter uma ou duas viagens longas até o centro ou a zona sul. Depois, quando o fluxo diminui, corre para o aeroporto Santos Dumont, onde faz ponto até as 13h. Dedica as tardes às viagens que têm origem no shopping Rio Sul (zona sul). A jornada de trabalho, que só acaba por volta das 19h, vem lhe rendendo cerca de R$ 300 por dia e chega a 15 horas, mais longa do que na aviação.
"Agora, no início, pretendo trabalhar sete dias por semana para poder tirar uns R$ 5.000 por mês. Assim, somando com o INSS, vou conseguir chegar perto do que ganhava como aposentado."


Texto Anterior: Varig pode perder 50 balcões de check-in
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.