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Gasto das famílias cresce 11% no 1º semestre
Já o volume de alimentos, bebidas e itens de higiene e limpeza comprados até junho teve alta menor, de 6% em relação a 2006
Pesquisa da LatinPanel também indica que a classe C, de famílias com renda entre 4 e 10 mínimos, puxou a expansão do consumo
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Os consumidores estão pagando mais caro para abastecer
a despensa. Pesquisa da LatinPanel, instituto que acompanha o consumo de 8.200 domicílios no país, mostrou que os
gastos das famílias com alimentos, bebidas e produtos de
higiene e limpeza aumentaram
11% no primeiro semestre, com
relação ao mesmo período de
2006, enquanto o volume comprado teve expansão de 6%.
Entre os itens com maiores
altas monitoradas pelo instituto, estão farinha de trigo (17%),
pães (14%), cafés (12%) e leite
longa vida (10%), que se refletiram em queda no volume médio comprado. Para Maria Andréa Ferreira, coordenadora do
estudo da LatinPanel, o aumento no volume médio de
itens como bebidas à base de
soja (25%), iogurte (25%) e sucos prontos (16%) pode ter
acontecido devido a uma substituição feita pelo consumidor.
Eugênio Foganholo, da Mixxer, consultoria especializada
em varejo, argumenta que a
queda no consumo dos itens
que fazem parte do café da manhã pode significar também
um crescimento no número de
pessoas que, a exemplo do que
já acontece com o almoço e o
jantar, estão fazendo também
essa refeição fora de casa.
Além disso, acrescenta, produtos como as bebidas à base de
soja ainda têm uma penetração
pequena nas compras, logo a
base de comparação é baixa.
O óleo vegetal, que teve um
aumento de 18% no preço médio, o maior no período, não teve uma variação significativa
no consumo porque é um produto com poucas possibilidades de substituição.
Claudio Felisoni, do Programa de Administração de Varejo, da FIA (Fundação Instituto
de Administração), explica que
há produtos com a chamada demanda inelástica. Isso quer dizer que, mesmo quando o preço
do item sobe muito, a quantidade consumida cai pouco.
Classe C
Na análise do consumo por
faixas de renda, a classe C (famílias com renda mensal entre
4 e 10 salários mínimos) voltou
a se destacar. Enquanto o gasto
médio geral cresceu 6% no primeiro semestre, essa parte da
população teve um aumento de
7%. Já o volume médio das
compras teve uma expansão de
3%, contra 2% no geral.
O aumento da massa salarial
é um dos motivos para essa expansão. De acordo com o IBGE,
o rendimento médio real dos
trabalhadores teve aumento de
2,7% em junho, no confronto
com o mesmo mês em 2006.
Quando há uma restrição no
orçamento familiar, afirma
Maria Andréa, as classes A e B
reduzem o consumo de alguns
produtos, enquanto a classe C
chega a abandonar algumas categorias. O iogurte, por exemplo, um desses "itens abandonados", aumentou em sete
pontos percentuais o número
de domicílios compradores no
geral nos seis primeiros meses
deste ano, e em dez pontos percentuais nessa faixa de renda.
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