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Geração de empregos formais se desacelera em julho
Saldo no acumulado do ano vai a 1,222 milhão de postos e é 13,4% superior ao do mesmo período de 2006, mas deixa de ser recorde
YGOR SALLES
DA FOLHA ONLINE
A desaceleração na abertura
de vagas formais em julho fez
com que 2007 perdesse o posto
de ano recorde na geração de
empregos, posição ocupada até
junho. De acordo com dados do
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados),
divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, no mês passado, foram criadas 126.992 vagas, o que elevou o saldo acumulado no ano para 1.222.495
postos.
Anteontem, ao antecipar
parte dos dados, o ministro do
Trabalho, Carlos Lupi, havia dito erroneamente que o saldo
acumulado no ano era recorde.
O saldo entre admissões e demissões no acumulado de 2007
é 13,38% maior que no mesmo
período de 2006. Porém, na série histórica, o ano em que mais
foram gerados empregos voltou a ser 2004, com 1.236.689
vagas na mesma base de comparação.
Em junho, o Caged registrou
a abertura de 1,095 milhão de
vagas formais, ante criação de
1,034 milhão postos em 2004
-a posição recorde de 2007 era
mantida desde março.
O saldo de 126.992 vagas anotado no mês passado é 0,44%
superior a junho, mas significa
queda de 17,73% em relação a
julho de 2006 (154.357 vagas).
A desaceleração é sentida desde abril.
Agropecuária
A agropecuária está entre os
setores que frearam o crescimento -gerou 7.986 novos
postos de trabalho em julho,
número 0,48% superior a junho, mas 71,2% inferior a julho
de 2006 (27.748 vagas).
"Esse desempenho reflete
uma antecipação das demissões nas atividades cafeeira e
sucroalcooleira do centro-sul
do país, habitualmente iniciadas em agosto de cada ano", disse ontem Lupi. Ainda assim, o
setor apresenta uma geração de
246.423 postos de trabalho (alta de 17,10%) no ano.
Todos os setores apontaram
expansão no emprego em julho. O destaque fica para serviços, com o acréscimo de 38.154
postos (alta de 0,33% em relação a junho), seguido por indústria de transformação, com
28.996 (0,43%).
A expectativa do Ministério
do Trabalho é que a geração de
empregos formais feche 2007
entre 1,55 milhão e 1,6 milhão
de vagas, menor do que a previsão inicial de 1,65 milhão de
postos, mas acima do recorde
de 2004 (1,523 milhão).
Para André Portela, especialista em economia do trabalho
da FGV (Fundação Getulio
Vargas), é "quase certo" que o
ritmo de contratações formais
volte a aquecer nos próximos
meses e bata o recorde registrado em 2004.
De acordo com ele, há duas
possibilidades para explicar a
retomada. "A primeira é que a
economia cresça e as empresas
contratem novos funcionários
com carteira. A segunda é que
as mudanças na legislação, em
especial o Supersimples, forcem a formalização do funcionário à medida que as próprias
empresas se formalizam", afirmou Portela.
Portela vê setores com tradicional alto índice de informalidade dos funcionários -como
agronegócios, construção civil
e serviços- puxarem a retomada do emprego formal.
O economista-chefe do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial),
Edgard Pereira, diz acreditar
que o ritmo de contratações deva avançar na esteira do consumo, interno, beneficiando
áreas como a têxtil e alimentos
e bebidas.
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