Argumento é que não há competição no serviço local

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As concessionárias de telefonia fixa defenderam ontem, em bloco, o movimento de fusão no setor. O argumento é que não há competição na telefonia fixa local e que a consolidação do mercado poderia gerar ganhos para o consumidor nos produtos de telefonia móvel e de transmissão de dados (internet em banda larga, TV por meio de internet, entre outros).
O governo, de olho na possibilidade de participar da empresa que surgir da fusão entre Oi (Telemar) e Brasil Telecom, aguarda o movimento das teles e afirma que não vai atrapalhar. "As empresas começam a acenar para nós que podem estar interessadas em fazer uma união. O governo não vai impor obstáculos", disse o ministro Hélio Costa (Comunicações).
Para que as fusões possam acontecer, o governo precisa alterar o decreto que define onde atua cada empresa. Por essa divisão, a Telefônica ficou com São Paulo, a Brasil Telecom com as regiões Sul e Centro-Oeste e os Estados de Rondônia, do Tocantins e do Acre, e a Telemar com as regiões Sudeste, Nordeste e Norte. A lei impede que uma empresa controle concessionárias de telefonia fixa em áreas diferentes.
Em palestra sobre ambiente de negócios no setor, o presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, foi questionado sobre a possibilidade de fusão com a Oi (Telemar). Embora não tenha dado uma resposta direta, defendeu o movimento. "Esse é um mercado de escala. Tem um frenesi muito grande, mas estamos falando de uma obviedade: o mundo inteiro está se consolidando."
Embora o governo trabalhe com a possibilidade da fusão, Knoepfelmacher fez uma provocação. "Em vez de dizer que nós vamos nos fundir com a Oi, se a gente se fundir com a Telefônica, qual é o problema para a competição? Não tem [problema], porque nós estamos em áreas geográficas diferentes."

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