São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Modelo norueguês para pré-sal não afeta Petrobras, diz corretora

A eventual adoção do modelo norueguês na exploração das reservas da camada pré-sal não significaria uma mudança "radical" na maneira com que o Brasil atualmente administra seu patrimônio petrolífero. Por isso, não afetaria muito os resultados da Petrobras nos atuais e nos novos campos.
Essa é a avaliação da corretora Link, que estudou os detalhes da operação da Noruega e sua evolução desde os anos 60. Tal arranjo tem sido proposto por especialistas como uma das melhores opções se de fato o governo decidir pela criação de uma nova estatal para tratar das recentes descobertas na plataforma continental brasileira. Isso porque o poder público norueguês, ao elaborar as suas normas, manifestou a intenção de que os recursos obtidos tivessem algum tipo de destinação social, assim como é desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A atual legislação que cuida do petróleo do país tem bastante embasamento e assegura os direitos do Estado na sua extração", comenta Andres Kikuchi, analista da Link. "No entanto, faz sentido a adoção de um novo modelo especificamente para tratar do pré-sal, já que os riscos são diferentes. Essas reservas podem mudar a posição do país no cenário mundial e colocá-lo como um grande investidor quando as receitas começarem a entrar."
Uma diferença notável entre o sistema norueguês e o praticado no Brasil diz respeito à remuneração do Estado: enquanto aqui há pagamento de royalties, lá o governo prefere apenas cobrar um imposto de renda de 75% das companhias que exploram as reservas.
"É preciso otimizar os ganhos públicos com as jazidas. Mas, além dessa, existem ainda muitas outras questões a debater antes de fazer uma escolha. Há diversos arranjos colocados em prática em todo o mundo, é preciso desenvolver o que melhor se aplica ao caso brasileiro", pondera Kikuchi. "Não existe o modelo ideal -o norueguês funcionou muito bem naquele país naquela época, o Brasil tem que adotar o seu próprio."
Para o analista, o debate, embora pareça precipitado, já que o petróleo só vai começar a jorrar efetivamente daqui a três anos ou mais, é necessário. "Planejar a prospecção e os investimentos leva tempo, não se pode deixar para a última hora os estudos de viabilidade. Com antecedência, é possível observar os erros e os acertos dos outros países."

Esquenta briga de navegadores da internet

A guerra travada entre os concorrentes da Microsoft pelo mercado de navegadores da internet (programas que permitem aos internautas acessar a rede) ganhou um novo capítulo no Brasil. É o que mostra pesquisa da Predicta, que monitora acessos de brasileiros na rede.
Entre maio e julho de 2008, o acesso à web pelo Firefox, navegador da Mozilla, cresceu 36%, saindo de 6,1% de participação do mercado para 8,23%. Segundo os executivos da companhia, o país desponta como um dos principais em novos adeptos.
Isso pôde ser comprovado com o lançamento do Firefox 3. Essa versão deixou o acesso aos sites mais rápido. Nesse período, o Firefox 3 entrou para o livro dos recordes por registrar o maior número de downloads (o programa para instalá-lo no computador é extraído da internet) em um único dia. Ao todo foram 8 milhões, sendo 598 mil baixados no Brasil.
Para Fred Pacheco, gerente de Business Intelligence da Predicta, os números fizeram a Microsoft antecipar o lançamento da nova versão do Internet Explorer para o fim do ano. No Brasil, a participação da empresa de Bill Gates caiu de 93% para 90,7% no período.

LINHA DO TEMPO

O marchand Miguel Salles acaba de abrir um escritório de arte e galeria em São Paulo, resultado de uma sociedade com a princesa Cristina de Orleans e Bragança. Salles, que abre as portas na alameda Gabriel Monteiro da Silva, já procura um espaço maior. "O segundo passo é a obtenção de um espaço maior para fazer exposições." Entre as peças, há uma tapeçaria feita de seda que pertenceu à opera chinesa no final do século 17 e início do século 18. O novo espaço foi inaugurado no Salão de Arte, que vai até amanhã, na Hebraica, em São Paulo.
PARCERIA
O Banco do Brasil começa a fazer repasses de recursos para formação e funcionamento do Fundo Garantidor da parceria público-privada de Rio das Ostras (RJ). O BB já estruturou o Fundo Garantidor para a PPP de Rio Claro (RJ). Os investimentos privados em infra-estrutura nas duas iniciativas somam R$ 390 milhões.

NA COZINHA
A KitchenAid, marca de eletrodomésticos e utensílios portáteis, lançada há três meses no país pela Whirlpool, passa a vender em Salvador, Rio, Campinas e Curitiba em redes especializadas em cozinhas.

MICRO
A Caixa Econômica Federal investiu mais de R$ 541 milhões em microcrédito no primeiro semestre.

LAVAGEM
A brasileira Big Five Consulting e a canadense SymSure fecharam acordo para trazer ao Brasil a versão em português do software SymSure Monitor V3, ferramenta de controle interno que inibe operações de lavagem de dinheiro.

com DENYSE GODOY, JULIO WIZIACK, JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI



Próximo Texto: BC dos EUA vê moderação na inflação nos próximos meses
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.