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Natal terá parcela maior de produtos do exterior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O câmbio valorizado deve aumentar a participação dos produtos importados nos estoques
de fim ano do comércio brasileiro. Confiantes em um bom
desempenho do consumo no
segundo semestre de 2009, que
concentra datas importantes
para o varejo, como o Dia da
Criança e o Natal, os comerciantes estão aproveitando o
dólar baixo para diversificar as
encomendas, aumentando o
volume de compras do exterior.
Fábio Pina, economista da
Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), avalia que, como a renda e o
consumo das famílias não se
deterioraram no decorrer da
crise, os próximos seis meses
devem ter um bom resultado,
justificando o crescimento dos
pedidos aos fornecedores.
Para ele, no entanto, a tendência dos consumidores em
buscar artigos mais baratos
ainda deve continuar neste
ano, a exemplo do movimento
ocorrido em 2008. "Nesse cenário, a porcentagem de produtos importados, principalmente da imbatível China, na composição dos estoques de fim de
ano ficará ainda maior", diz.
Segundo dados da Abrimpex
(Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de
Brinquedos e Produtos Infantis), a China é a origem de quase
dois terços dos produtos do
segmento de importados pelo
Brasil, que ocupam 65% do
mercado nacional.
Além disso, a média de preço
dos brinquedos vendidos no
Natal de 2008 variou de R$ 30 a
R$ 70, mas, no primeiro trimestre deste ano, a maior parte
das mercadorias vendidas ficou
abaixo de R$ 30.
No entanto, o presidente da
entidade, Eduardo Benevides,
mantém o otimismo em relação ao movimento de fim de
ano, que representa mais de
70% das encomendas anuais do
setor. "Ninguém deixa de presentear as crianças, nem que
seja com apenas uma pequena
lembrança", afirma.
Mesmo com redução nos valores unitários nas vendas, as
importações de brinquedos
cresceram 27,70% no segundo
semestre de 2008 em relação
ao mesmo período do ano anterior, pois boa parte das mercadorias foi encomendada antes
do agravamento da crise. Para
este ano, a expectativa de expansão chega a 12%.
Ele conta que a desvalorização do real no final de 2008 não
influenciou as importações
porque os estoques já estavam
compostos. Em 2009, com o
câmbio variando no sentido inverso, os importadores que se
adiantaram e fecharam seus
negócios ainda no primeiro semestre se arrependeram.
Segundo o presidente da
Abipp (Associação Brasileira de
Importadores de Produtos Populares), Gustavo Dedivitis, outro efeito benéfico da recuperação do país será a queda na inadimplência de comerciantes
com fornecedores.
Segundo ele, o mercado de
produtos populares fabricados
principalmente na Ásia cresceu
15% no ano passado, chegando
próximo de US$ 3,5 bilhões em
desembarques no país. Mas,
com a chegada da crise, conta,
boa parte dos 60 mil lojistas da
cadeia do setor não conseguiu
quitar o pagamento dos pedidos. "Pouco se investiu em novos produtos em 2009 até agora porque ainda há estoques, e
boa parte do comércio está endividada. A nossa esperança é
mesmo o segundo semestre."
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