São Paulo, Segunda-feira, 23 de Agosto de 1999
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GASOLINA X ÁLCOOL

Conversão de motor não compensa
Oficinas cobram em média R$ 2.500 para fazer a mudança, que exige legalização

GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
da Reportagem Local

A conversão de carros a gasolina para álcool não compensa. É o que dizem oficinas mecânicas e retíficas consultadas pela Folha, que vêem a operação como algo dispendioso e que não traz benefícios que compensem o investimento realizado.
Segundo Lindomar Alves, 26, sócio da retífica Seval, o investimento só compensa para quem tem um carro com motor que apresente problemas. "Só recomendo fazer essa conversão quando o motor está fundido ou muito ruim."
O preço da troca depende do carro, mas em média é R$ 2.500.
O mecânico Luiz Yoshimura faz a conversão, mas também não a recomenda. "Para recuperar o investimento, é preciso andar muito com o carro", disse.
O custo médio de uma conversão depende do tipo de alimentação do motor. Se ela é feita por carburador, fica em torno de R$ 700. Se é feita por injeção eletrônica, que equipa todos os carros produzidos atualmente, custa aproximadamente R$ 2.000.
A voz destoante é a de Carlos Vazquez, dono da retífica Teval, com 35 anos de mercado. Ele acha que a conversão pode ser um bom negócio em termos de manutenção de empregos e de menor poluição.
"Quem tem um carro cujo motor a gasolina já não esteja bom pode se aproveitar da conjuntura atual e trocar o antigo por um a álcool", diz Vazquez.
Converter um carro não é só mexer em sua parte mecânica. É preciso também legalizá-lo para que o novo combustível conste de sua documentação. O custo médio da alteração, quando feita por despachantes, é R$ 140.
Há uma alternativa, a melhor de todas, para quem quer um carro a álcool: vender o que usa gasolina e comprar um que já utilize o combustível.
Essa troca representaria, em vez de custos e de tempo perdido, um lucro razoável.
Um Gol TSi 2.0 97, por exemplo, custa, segundo o Datafolha, no máximo R$ 14,8 mil em sua versão a gasolina. Sua versão a álcool, se puder ser encontrada -apenas um volume bastantereduzido de carros a álcool tem sido fabricado nos últimos anos-, sai por no máximo R$ 14 mil. A troca, nesse caso, representaria um ganho de R$ 800.


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