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TRIBUTAÇÃO
Minas, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e Goiás dizem que vão tomar providências contra pacote de Alckmin
Estados ameaçam ampliar guerra fiscal contra São Paulo
DA AGÊNCIA FOLHA
Os Estados e o próprio Confaz
(Conselho Nacional de Política
Fazendária) criticaram a medida,
adotada por São Paulo na terça-feira, de reduzir as alíquotas do
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) para
uma lista de produtos.
Para Albérico Machado Mascarenhas, coordenador do Confaz,
São Paulo reabriu a guerra fiscal e
"quem puder retaliar vai salvar
seus interesses na Justiça".
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), disse ontem
não ter "gostado" da forma como
o governo de São Paulo, do seu
colega tucano Geraldo Alckmin,
baixou o pacote tributário.
Ele afirmou que medidas como
essa têm de ser tomadas dentro de
um entendimento para evitar a
guerra fiscal, que ele preferiu chamar de "reconquista da competitividade", que poderá adotar.
"Não gosto dessa medida. Esse
tipo de medida tem de ser um
pouco mais conversada e construída dentro de um entendimento, que não obrigue outros Estados a fazer o mesmo."
Ele disse que, em princípio, não
há impactos para a economia mineira. Se houver, afirmou o governador mineiro, Minas vai tomar
medidas para amenizar as eventuais perdas de alguns setores.
Em julho, a Assembléia Legislativa aprovou uma lei dando ao
Executivo poderes para alterar
alíquotas do ICMS sempre que
medidas de algum Estado prejudicarem Minas Gerais.
O governador do Ceará, Lúcio
Alcântara (PSDB), afirmou ontem que a retomada da guerra fiscal pelos Estados reflete uma situação do "salve-se quem puder"
causada pela omissão da União.
Segundo ele, os Estados vivem
um processo de empobrecimento
que tem sido reforçado pelo governo Lula, e que poderá resultar
na ingovernabilidade. Em oito
anos, Estados e municípios perderam R$ 62 bilhões em repasses
da União, segundo Alcântara.
Reações
O Rio Grande do Sul terá redução de 17% para 12% nas alíquotas do ICMS de confecções, calçados e móveis nas vendas para
União, Estados e municípios.
O projeto, de autoria do governo do Estado, foi aprovado anteontem pelo Legislativo gaúcho
poucas horas após o governador
Germano Rigotto (PMDB) ter pedido "empenho verdadeiro" do
governo federal -e "não apenas
jogar a tarefa nas mãos dos governadores e do Congresso"- para
unificar o ICMS e evitar uma "nova onda de guerra fiscal".
"A aceleração do processo que
está desencadeando uma nova
onda de guerra fiscal no país, envolvendo principalmente o Estado de São Paulo, só será reduzida
com a aprovação de projeto unificando a legislação do ICMS."
Mascarenhas, que além de coordenador do Confaz é secretário de
Fazenda da Bahia, disse que o Estado já está assessorando seus
empresários para futuros processos na Justiça contra São Paulo.
"Juridicamente, as medidas de
São Paulo não se sustentam,
apontam os nossos estudos."
Segundo Mascarenhas, a atual
situação de disputa entre os Estados é reflexo da indefinição do
projeto da reforma tributária. "Se
o Congresso tivesse votado a reforma, os Estados poderiam estar
firmando negociações em um
ambiente mais tranqüilo", disse.
Após anunciar a suspensão dos
créditos do ICMS de produtos
paulistas cujos incentivos fiscais
não foram aprovados pelo Confaz, o governo de Goiás está listando mais de 140 produtos que terão
a carga tributária reduzida.
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