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MERCADO FINANCEIRO
País emite mais 250 milhões em títulos, com vencimento em 2012 e juros de 8,17% ao ano
Governo volta a captar recursos no exterior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez em duas semanas, o governo brasileiro contraiu
um empréstimo no mercado internacional por meio da venda de
bônus. Os papéis vendidos ontem
somam 250 milhões e irão vencer em 2012. Por eles, o país irá pagar juros de 8,17% ao ano.
Os bônus vendidos ontem têm
as mesmas características dos papéis ofertados no início do mês. O
que o governo fez ontem foi o que
se chama, no mercado, de "reabrir" a emissão. Ou seja, diante da
grande procura pelos títulos, decidiu-se vender uma quantidade a
mais dos mesmos papéis.
Há duas semanas, foram emitidos 750 milhões em títulos. Os
juros fixados na ocasião, porém,
eram de 8,7%.
Com a operação, subiu para
aproximadamente US$ 4,2 bilhões o total de dinheiro captado
pelo governo no exterior no ano
por meio desse instrumento, pouco acima dos US$ 4 bilhões projetados pelo BC para 2004.
Em 2005, o governo brasileiro
pretende emitir US$ 6 bilhões em
títulos no mercado internacional.
Os recursos obtidos com esses
lançamentos são depositados nas
reservas internacionais do país
-de onde sai o dinheiro usado
nos pagamentos da dívida externa do governo. No ano que vem,
vencem US$ 6,117 bilhões em parcelas da dívida externa do governo. Segundo o BC, os pagamentos
e as emissões previstas farão com
que as reservas internacionais encerrem 2005 em US$ 18,291 bilhões -já excluídos os recursos
emprestados pelo FMI (Fundo
Monetário Internacional).
O nível é considerado baixo. No
Brasil, esse valor já chegou a superar os US$ 60 bilhões nos anos 90.
No mercado financeiro, a notícia da captação não teve muito
impacto. A escalada do petróleo e
o mau desempenho das Bolsas
norte-americanas pesaram mais.
A Bolsa de Valores de São Paulo
recuou 1,54%. O dólar fechou
com alta de 0,45%, a R$ 2,882.
O risco-país recuou 0,43%, para
461 pontos.
Gestão da dívida
A partir de primeiro de janeiro
de 2005, o Tesouro Nacional será
o responsável pela gestão da dívida externa, que desde 1994 estava
nas mãos do BC. Legalmente, cabe ao Tesouro essa função. Nos
últimos dez anos, no entanto, o
BC conseguiu, por meio de sua
força política, manter o controle
sobre a dívida externa.
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