São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

País emite mais 250 milhões em títulos, com vencimento em 2012 e juros de 8,17% ao ano

Governo volta a captar recursos no exterior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez em duas semanas, o governo brasileiro contraiu um empréstimo no mercado internacional por meio da venda de bônus. Os papéis vendidos ontem somam 250 milhões e irão vencer em 2012. Por eles, o país irá pagar juros de 8,17% ao ano.
Os bônus vendidos ontem têm as mesmas características dos papéis ofertados no início do mês. O que o governo fez ontem foi o que se chama, no mercado, de "reabrir" a emissão. Ou seja, diante da grande procura pelos títulos, decidiu-se vender uma quantidade a mais dos mesmos papéis.
Há duas semanas, foram emitidos 750 milhões em títulos. Os juros fixados na ocasião, porém, eram de 8,7%.
Com a operação, subiu para aproximadamente US$ 4,2 bilhões o total de dinheiro captado pelo governo no exterior no ano por meio desse instrumento, pouco acima dos US$ 4 bilhões projetados pelo BC para 2004.
Em 2005, o governo brasileiro pretende emitir US$ 6 bilhões em títulos no mercado internacional. Os recursos obtidos com esses lançamentos são depositados nas reservas internacionais do país -de onde sai o dinheiro usado nos pagamentos da dívida externa do governo. No ano que vem, vencem US$ 6,117 bilhões em parcelas da dívida externa do governo. Segundo o BC, os pagamentos e as emissões previstas farão com que as reservas internacionais encerrem 2005 em US$ 18,291 bilhões -já excluídos os recursos emprestados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
O nível é considerado baixo. No Brasil, esse valor já chegou a superar os US$ 60 bilhões nos anos 90.
No mercado financeiro, a notícia da captação não teve muito impacto. A escalada do petróleo e o mau desempenho das Bolsas norte-americanas pesaram mais.
A Bolsa de Valores de São Paulo recuou 1,54%. O dólar fechou com alta de 0,45%, a R$ 2,882.
O risco-país recuou 0,43%, para 461 pontos.

Gestão da dívida
A partir de primeiro de janeiro de 2005, o Tesouro Nacional será o responsável pela gestão da dívida externa, que desde 1994 estava nas mãos do BC. Legalmente, cabe ao Tesouro essa função. Nos últimos dez anos, no entanto, o BC conseguiu, por meio de sua força política, manter o controle sobre a dívida externa.


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